A obra ao lado é uma xilogravura produzida porAlbrecht Dürer no ano de 1514 para ornamentar asmuralhas de Nuremberg.Lucien Febvre ministrou um curso denominadoMichelet e a Renascença (Décima quinta aula / Análisedo pensamento de Michelet) e, em 1942, fez o seguintecomentário tomando por base a análise de Michelet sobrea obra de arte reproduzida ao lado:Eis aí a orgiem do mal, orige mali. Eis a nascentede onde derivam todas as tragédias, todos os desastres,para o nosso velho mundo, e por aí além, pela terrainteira, ligada a nós, e sempre mais pelos mil liames quefoi capaz de tecer a nossa técnica e a nossa economia.Por forças materiais. Mas há as espirituais... Entre Parise a Africa Central, quantas horas há de avião? Masentre o parisiense e o pigmeu da floresta equatorial,assim postos de repente em contato pelo avião, quantosmilênios de distância?...Ah, que é coisa bem diversa dos dois séculos deafastamento diagnosticados por Michelet entre a Françade 1492, agarrada ao século XIV pelo espírito, e a Itália de1492, adiantada em dois séculos com relação a ela. Maspor ter percebido esta grande lei da dissonância, rendamosgraças a Michelet. A Michelet e ao seu pensamento,discursivo e evocador, visionário, porém eficiente.Ao analisar, produzir e difundir o conhecimento histórico sobre a Renascença em sua época, Lucien Febvre fezreferência à obra de Dürer, comentada por Michelet, para evidenciar que este,A embora fosse um mestre da interpretação de obras de arte, tornou-se um visionário cujo pensamento eficiente serestringiu à narrativa histórica.B ao cunhar o período com a denominação de Renascença, acabou perpetuando a obra de Albrecht Dürer comosímbolo de uma época.C a partir de uma ideia, a da "lei da dissonância", tomou como exemplo os diferentes contextos históricos vividos porpigmeus e parisienses em um mesmo período.D ao descrever a dissonância entre as temporalidades vividas pelos povos europeus, para o período, interpretou aRenascença como um choque de civilizações.E em 1942, continuava atual e que seu pensamento se aplicava à Segunda Guerra Mundial devido a obra Melancholiarepresentar a força civilizacional da guerra.
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Soluções para a tarefa
O papel de Albrecht Dürer como artista e representador de sentidos e narrativas interpretativas é inegável. Assim também é o de Michelet, lido por Febvre. Vejamos alguns pontos importantes:
A embora fosse um mestre da interpretação de obras de arte, tornou-se um visionário cujo pensamento eficiente ser estringiu à narrativa histórica.
Falso. Para o historiador, Michelet não se restringiu às narrativas históricas, realizando diagnósticos precisos sobre o tempo histórico que estava vivendo.
B ao cunhar o período com a denominação de Renascença, acabou perpetuando a obra de Albrecht Dürer como símbolo de uma época.
Falso. Não é essa a análise que se pode ler no texto selecionado pela questão.
C a partir de uma ideia, a da "lei da dissonância", tomou como exemplo os diferentes contextos históricos vividos por pigmeus e parisienses em um mesmo período.
Falso. Não é este o alvo da questão. O exemplo dos pigmeus teve como objetivo ilustrar um ponto da argumentação, e não fundamentar toda a discussão sobre Michelet.
D ao descrever a dissonância entre as temporalidades vividas pelos povos europeus, para o período, interpretou a Renascença como um choque de civilizações.
Correto. Relacionando, portanto, esta interpretação àquela derivada do "choque" que se dava em seu período de vida, nos processos de ocupação de caráter imperialista, Febvre vê o valor das análises da Renascença feitas por Michelet.
E em 1942, continuava atual e que seu pensamento se aplicava à Segunda Guerra Mundial devido a obra Melancholia representar a força civilizacional da guerra.
Falso. A obra não representa outra coisa que não o sentimento que lhe dá o nome. Não é a força civilizacional da guerra, senão a profunda sentimentalidade de um momento de virada espiritual.
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