História, perguntado por carmengerman8637, 1 ano atrás

A im prensa e a Revolução Francesa No século XVIII, a Revolução Francesa protagoniza uma profunda mudança, instalando três importantes idéias, que vão marcar toda a ação dos jornalistas desse tempo. A primeira ideia é de que o segredo é sempre detestável, é a proteção dos privilégios, a m uralha que as monarquias absolutas erguem a sua volta para dissimular as iniquidades que ainda conservam. O segredo é, por essência, contrarrevolucionário. Consequentemente, o novo regime tem como primeira ambição perm itir e merecer a transparência dos assuntos públicos. Não é suficiente dizer que doravante a soberania já não é imposta de cima e que provém do povo; é necessário que tudo se passe em público, sob o olhar atento e severo do cidadão. A Constituinte afirma desde o início que o povo tem direito a ter acesso a tudo o que é dito nos seus comícios. Em segundo lugar, a Revolução presta constantemente homenagem a um modelo dom inante: o da Antiguidade, e às formas de dem ocracia direta que existiam nas cidades gregas ou na antiga Roma [...]. Compreende-se melhor que, num tal clima, os contemporâneos tenham encarregado a imprensa da tarefa de estabelecer um contato direto com os leitores-cidadãos. O fato de o “correio de leitores” ser muito mais abundante nos jornais da época da Revolução Francesa do que o é atualmente é muito significativo. Trata-se de um vaivém de trocas entre os jornalistas e seu público. [...] Isto mostra que se descobriu que os jornais são, de longe, os laços mais eficazes entre os representantes do povo e o próprio povo, os únicos que permitem que a soberania popular se exerça concretamente, que não seja um logro. [...] A terceira ideia que rege a história da imprensa na França durante a Revolução é o fato de não constituir apenas um espelho do jogo político, mas ser também um ator central, ao contribuir para dar aos acontecimentos este ritmo acelerado, essa precipitação nas emoções que surpreendeu os contemporâneos e à qual os historiadores continuam a ser muito sensíveis. [...] Sob esta luz, o primeiro grande momento é o da Tomada da Bastilha. É-se surpreendido pela forma como toda a França toma consciência da importância deste episódio e imediatamente o institui como símbolo. [...]. O 14 de julho de 1789 em Paris é totalmente diferente. Já existem vários diários livres. Ao que parece, o primeiro a falar deste assunto é o Courrier de Versailles à Paris, de Antoine-Louis Gorsa, no número que é publicado na aurora do dia 15 de julho. O jornalista trabalhou a noite toda, ainda dispõe de poucas informações exatas, mas afirma a sua convicção de que os acontecimentos que tiveram lugar na véspera são de importância capital. Escreve: “Recordaremos sempre o dia de ontem, talvez abra caminho para as maiores e mais felizes revoluções”. [...] A velocidade com que o 14 de julho de 1789 foi julgado como fundador é surpreendente para qualquer reflexão sobre a relação que se instaura entre fatos, o reflexo que a imprensa dá a estes e, finalmente, a influência deste mesmo reflexo sobre seu lugar posterior na memória coletiva1 . No contexto, o que significa "correio de leitores"?2. 0 autor considera a imprensa o ator central no processo revolucionário francês. 0 que isso significa? A im prensa brasileira tem esse papel atualm ente?3. Para o autor, qual é a importância da divulgação imediata das inform ações sobre a Tomada da Bastilha?4. 0 que a Tomada da Bastilha significa na memória coletiva e como o autor posiciona a im prensa francesa nessa questão?5. Form e um grupo com uns colegas e, ju ntos, analisem e debatam as questões a seguir. Depois, registrem suas respostas.a) Existe liberdade de imprensa no B rasil?b) A liberdade de im prensa tem o m esmo significado para quem divulga as inform ações e para quem as recebe? Justifique.

Soluções para a tarefa

Respondido por mfreitasap1b86i
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Olá!

Vou responder as questões nas ordens em que foram colocadas:

1) "Correios de leitores" seria a participação dos leitores no conteúdo veiculado pela imprensa. São as mensagens enviadas pelos leitores que acabam fazendo parte do conteúdo.

2) O autor considera a imprensa como um protagonista por ter dado maior velocidade aos acontecimentos e ideias da Revolução Francesa devido à circulação de informações. E sim, a imprensa brasileira sempre foi de grande importância para todos os processos políticos no Brasil. Atualmente, com a internet, a troca de informações de diferentes grupos tem se tornado cada vez mais frequente e comum, portanto, pode-se afirmar que é muito importante no processo revolucionário do Brasil.

3) A divulgação imediata da Tomada da Bastilha foi importante, na visão do autor, pois imediatamente a França instituiu como símbolo aquele acontecimento.

4) A Tomada da Bastilha significa o ápice do processo revolucionário na memória coletiva e a imprensa teve como função acelerar a instituição desse símbolo na memória da nação francesa.

a) Sim, considerando a liberdade que temos para divulgação de informações na internet e em outros meios de comunicação, existe liberdade de imprensa no Brasil.

b) Não exatamente. Para quem divulga as informações na imprensa, o sentimento é o de veicular publicamente pensamentos e fatos em que acreditam. Já quem lê quer buscar pensamentos com os quais se identificar e que façam sentido para a pessoa como indivíduo.
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