A filosofia surgiu no contexto do desenvolvimento da pólis e, de forma paulatina, substituiu a verdade da mitologia, verdade sem crítica baseada na oralidade e na transmissão de narrativas. A respeito da mitologia na Grécia Antiga, assinale a questão correta. Alternativas Alternativa 1: A Mitologia foi radicalmente superada pelo mito. Alternativa 2: A filosofia teve um salto gradual em relação a mitologia. Alternativa 3: A Mitologia aceitou de forma positiva a introdução da Filosofia. Alternativa 4: A filosofia e a mitologia explicam coisas diferentes de forma igual. Alternativa 5: A filosofia lutou para ganhar atenção da mitologia e ser aceita por ela.
Soluções para a tarefa
Resposta:
4: A filosofia e a mitologia explicam coisas diferentes de forma igual.
Explicação:
O MITO E A FILOSOFIA
Desde os primórdios a Filosofia busca do saber, é entendida como um discurso racional que surgiu para se contrapor ao modelo mítico desenvolvido na Grécia Antiga e que serviu como base de sua Paideia (educação). A palavra Mito é grega e significa contar, narrar algo para alguém que reconhece o proferidor (aquele que prefere, pronuncia) do discurso como autoridade sobre aquilo que foi dito.
Assim, Homero (Íliada e Odisseia) e Hesíodo (Teogonia e Os Trabalhos e os Dias) são considerados os educadores da Hélade (como se chamava a Grécia), bem como os Rapsodos (uma espécie de ator, cantor, recitador) eram tidos como portadores de uma verdade fundamental sobre a origem do universo, das leis e etc.
Foi somente a partir de determinadas condições (navegações, uso e invenção do calendário e da moeda, a criação da democracia que preconizava [fazer apologia, recomendar, aconselhar pregar] o uso da palavra, bem como a publicidade das leis e etc.) que o modelo mítico foi sendo questionado e substituído por uma forma de pensar que exigia outros critérios para a confecção de argumentos. Surge a Filosofia como busca de um conhecimento racional, sistemático e com validade universal.
De Aristóteles a Descartes, a Filosofia ganhou uma conotação de ciência e de conhecimento seguro, e essa noção perdurou até o século XIX, quando as bases do que chamamos Razão sofreu duras críticas com o desenvolvimento da técnica e do sistema capitalista de produção. A crença no domínio da natureza, da exploração do trabalho, bem como a descoberta do inconsciente como o grande motivador das ações humanas, evidenciou o declínio de uma sociedade armamentista, excludente e sugadora desenfreada dos recursos naturais. A tendência racionalista fica então abalada e uma nova abordagem do mundo faz-se necessária.
O que era tido antes como pré-científico, primitivo, assistemático (que não tem sistema, que não um segue sistema, casual, eventual, desorganizado), ganha especial papel na formação das culturas. As noções de civilização, progresso e desenvolvimento vão sendo substituídas lentamente pela diversidade cultural, já que aquelas não mais se justificam. A releitura de um dos pensadores tidos como fundadores do idealismo racionalista preconiza que já na Grécia o mito não foi meramente substituído nem de forma radical, nem gradual pelo pensamento filosófico. Os textos de Platão, analisados não somente pela ótica conceitual, mas também dramática, nos proporciona compreender que um certo uso do mito é necessário onde o Lógos (discurso, razão, palavra) não consegue atingir ainda seu objeto, ou seja, aquilo que era apenas fantasioso, imaginário, ganha destaque por seu valor prático na formação do homem.
Em outras palavras, embora o homem deseje conhecer a fundo o mundo em que vive, ele sempre dependerá do aperfeiçoamento de métodos e técnicas de interpretação. A ciência é realmente um saber, mas que também é histórico e sua validade prática depende de como foi construído argumentativamente. Filosofia é amor ao saber, busca do conhecimento e nunca posse, como define Platão. Então, nunca devemos confundi-la com ciência, que é a posse de um saber construído historicamente, isto é, determinado pelas condições do seu tempo. Portanto, Mito, Filosofia e Ciência possuem entre si, não uma relação de exclusão ou gradação, mas sim de intercomplementaridade (que se completam), haja vista que um sempre sucede ao outro de forma cíclica (periódica, intermitente, alternada) no decorrer do tempo.
Espero ter ajudado. Bons estudos.
Resposta:
Alternativa 4:
Explicação:
A filosofia e a mitologia explicam coisas diferentes de forma igual.