Português, perguntado por natallyhifram8732, 1 ano atrás

A era do Ego A historinha tem origem desconhecida, mas vale a pena contar. Um escritor, vaidoso como costumam ser alguns escritores, está conversando com um amigo. Fala non-stop sobre seu tema preferido: ele próprio. Fala, fala, até que de repente se dá conta de que aquilo não é justo: só falamos de mim, diz, vamos falar um pouco de você. E pergunta: — O que você acha da minha obra? O anônimo escritor não é um caso isolado. O pronome “eu" está cada vez mais presente em livros, em blogs, em artigos. Na ficção, o tradicional narrador onisciente, que falava em terceira pessoa, foi para o espaço. Uma tendência que, é bom ressaltar, não vem de hoje. Ela faz parte da História, com H maiúsculo. [-]
(SCLIAR, M oacyr. Contos e crônicas para terna escola. Ríd de Janeiro: Dbjetiva, ED11. p. 101. (Fragmento).)

1. Qual o assunto abordado no trecho?
Que relação é estabelecida entre esse assunto e o título do texto?
2. Para introduzir o assunto abordado no trecho, o autor relata o caso de um escritor. Como esse escritor é caracterizado?
a) Quais pronomes são usados para se referir ao escritor e ao comportamento por ele adotado na conversa com um amigo? Explique como o uso desses pronomes contribui para caracterizar o escritor e sua atitude.
b) Ao perceber que sua atitude é inadequada, o escritor propõe que o foco da conversa seja outro. Essa mudança ocorre de fato? Por quê?
3. No último parágrafo do trecho, Moacyr Scliar faz referência ao uso do pronome eu para ilustrar o que ele considera uma tendência. Por que, segundo ele, o uso desse pronome em textos de natureza diversa exemplificaria essa tendência?
a) Segundo Scliar, o narrador onisciente “foi para o espaço”. Que consequências essa mudança no foco narrativo teria para os textos ficcionais? Justifique.
b) A adoção frequente de um ponto de vista associado à primeira pessoa significa necessariamente que os textos são autocentrados? Por quê?

Soluções para a tarefa

Respondido por anapbertho
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Olá,
1. No texto o assunto abordado é a gradual importância que as pessoas têm dado para si mesmas, para o eu. A relação com o título é feita porque o ego  é, no senso comum, o sentimento de vaidade que um indivíduo tem por si mesmo. Às vezes falamos como tal pessoa tem um grande ego, ou seja, supervaloriza a si mesmo. 

2. O escritor é caracterizado como uma pessoa vaidosa.

a) Os pronomes utilizados são minha obra, ele próprio, só falamos de mim. Todos os pronomes (ele, minha, mim) reforçam a ideia de que ele apenas pensa em si.

b) O autor sugere que eles mudem de assunto, fazendo com que o interlocutor procure falar da sua opinião sobre a obra do autor. Não há uma mudança real, pois continuam a falar dele.

3. Porque hoje, os narradores de história assumem sua identidade como narrador e contam uma história partindo de seu ponto de vista, do eu.

a) A mudança é que o narrador onisciente nos fazia crer que não havia uma mediação clara entre o leitor e a história contada. Quando o narrador se assume como tal, o leitor tem a ideia de que alguém está contando uma história e o que temos é apenas seu ponto de vista.

b) 
Se a adoção é frequente, ela centra a história naquele eu ou no narrrador que estabelece o seu ponto de vista a todo momento.

Bons estudos!
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