A Educação para todos tornou-se um slogan que emergiu posteriormente a Conferência Mundial sobre Educação para Todos, em Jomtiem no ano de 1990. Tal conferência resultou numa declaração e num pensamento de que todos os cidadãos fossem escolarizados, num ideário de educação universal.
Neste horizonte de educação para todos, e com o intuito de ampliar as discussões, em 1994 realizou-se em Salamanca–ESP, a Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, onde foi elaborada a “Declaração de Salamanca e Linha de Ação Sobre Necessidades Educativas Especiais”. Esta declaração é um documento fundamental, que ordena ações que preconizam os encaminhamentos educativos com ênfase na educação inclusiva.
A Declaração de Salamanca traz luz a educação inclusiva como uma forma de reiterar a ideia de educação para todos. Porém, o que temos percebido é que a Declaração de Salamanca, tem sido envolvida num cenário político que coloca a educação como equivalente a Educação Especial, ou seja, entende-se que o público alvo da Educação Especial é o mesmo, e o único, que deve ser inserido nas políticas públicas de educação inclusiva.
Nessa lógica, a inclusão nos moldes da Declaração de Salamanca e da Mundial de Educação para Todos, não se concretiza. Pois, os investimentos, estudos, capacitação e principalmente as políticas públicas são em sua maioria voltados para o público da Educação Especial, deixando de lado outras crianças que possuem necessidades educativas especiais.
Assim sendo, na elaboração das políticas públicas para a Educação Especial no Brasil, inclui-se e exclui-se e, conforme se inclui, exclui-se duplamente. Muitos dos alunos com necessidades educativas especiais, incluídos/elencados na Declaração de Salamanca, não foram contemplados pelas políticas de Educação Especial, ou seja, foram incluídos em um primeiro momento e excluídos posteriormente, contudo, ao serem incluídos/apropriados como sujeitos das ações da Educação Especial, na segunda versão da Declaração de Salamanca, possivelmente, deixaram de ser sujeitos de outras ações, sendo assim, excluídos duplamente. (BREITENBACH; HONNEF e COSTAS, 2016, p. 370)
A educação inclusiva prevê a equidade no acesso e na qualidade de ensino e aprendizagem para todos, de modo que não se façam distinção seja relacionada a condições orgânicas, funcionais, econômicas ou culturais.
Referência
BREITENBACH, F. V.; HONNEF, C.; COSTAS, F. A. T. Educação Inclusiva: as implicações das traduções e das interpretações da Declaração de Salamanca no Brasil. Ensaio: aval. pol. Publ. Educ. Rio de Janeiro, v 24, n. 91, p. 359-379, 2016. Disponivel em: Acesso em julho/2019
Com base no texto responda.
O sistema educacional brasileiro é inclusivo? Como seria uma escola inclusiva nestes parâmetros de educação para todos?
Soluções para a tarefa
Sim, o sistema educacional brasileiro é inclusivo.
A educação inclusiva tem por objetivo levar a educação a todos sem exclusão dentro do processo de ensino e aprendizagem.
A educação é de extrema importância para a sociedade, uma vez que por meio dela além de gerar conhecimento, pode - se contribuir na formação de pessoas para a sociedade.
Pode - se citar algumas propostas de Educação Inclusiva e Educação Intercultural, como:
- educação visando a interdisciplinaridade e multiculturalismo;
- acessibilidade a todos de forma igual no processo educacional.
Tal iniciativa é muito importante em um ambiente educacional, uma vez que contribui para o desenvolvimento de uma sociedade melhor e justa para todos.
Bons estudos!
Resposta: A inclusão de pessoas com necessidades especiais faz parte do paradigma de uma sociedade democrática, comprometida com o respeito aos cidadãos e à cidadania. Esse paradigma, na escola, apresenta-se no projeto pedagógico que norteará sua ação, explicitará sua política educacional, seu compromisso com a formação dos alunos, assim como, com ações que favoreçam a inclusão social.
É o projeto pedagógico que orienta as atividades escolares revelando a concepção da escola e as intenções da equipe de educadores. Com base no projeto pedagógico a escola organiza seu trabalho; garante apoio administrativo, técnico e científico às necessidades da Educação inclusiva; planeja suas ações; possibilita a existência de propostas curriculares diversificadas e abertas; flexibiliza seu funcionamento; atende à diversidade do alunado; estabelece redes de apoio, que proporcionam a ação de profissionais especializados, para favorecer o processo educacional.
É na sala de aula que acontece a concretização do projeto pedagógico - elaborado nos diversos níveis do sistema educacional. Vários fatores podem influenciar a dinâmica da sala de aula e a eficácia do processo de ensino e aprendizagem. Planejamentos que contemplem regulações organizativas diversas, com possibilidades de adequações ou flexibilizações têm sido uma das alternativas mais discutidas como opção para o rompimento com estratégias e práticas limitadas e limitantes.
Explicação: Ao refletir sobre a abrangência do sentido e do significado do processo de Educação inclusiva, estamos considerando a diversidade de aprendizes e seu direito à equidade. Trata-se de equiparar oportunidades, garantindo-se a todos - inclusive às pessoas em situação de deficiência e aos de altas habilidades/superdotados, o direito de aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver.