6) O fim do século XIX e o começo do XX é marcado pelo cenário do pós-abolição. Neste
período surge o samba na cidade do Rio de Janeiro. Nesta época, muitos afrodescendentes
foram para o Rio em busca de melhores condições de vida. Cite algumas.
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O uso de africanos na mão de obra escrava era rentável tanto para quem vendia, quanto para quem comprava. Com a chegada dos europeus no continente americano, pouco a pouco, o comércio de escravos se tornou uma prática comum. Por três séculos, milhões de negros foram capturados e lançados aos montes nos porões dos navios que faziam a travessia do oceano Atlântico. Estes negros foram despejados desde a América do Sul até a América do Norte para trabalharem nos latifúndios, minas de pedras preciosas e em outras ativdades.É a partir destes fatos que analisaremos neste artigo o contexto sociopolítico que os negros enfrentaram entre os anos de 1888, da promulgação da lei Áurea até 1930, na Cidade do Rio de Janeiro. Serão analisados como se deu a emancipação dos Afrodescendentes, as condições destes depois da libertação, as mazelas deixadas pelo período escravocrata em dois episódios que tiveram grande repercussão na cidade do Rio de Janeiro: a Revolta da Chibata e as políticas sanitárias urbanistas do Prefeito Pereira Passos. Estes dois eventos tiveram grande impacto na vida dos recém-libertos. Sendo assim, serão apresentados como ocorreram esses fatos e quais foram as medidas reativas destes.Após a abolição da escravatura, os libertos enfrentariam agora uma nova batalha. O governo não ofereceu nenhum tipo de assistência para estes libertos. Com isso, muitos permaneceram trabalhando para seus antigos donos, pois não tinham para onde ir e também não faziam ideia onde poderiam trabalhar a não ser nas suas antigas atividades. Em muitos casos, os libertos trabalhavam em troca de comida e moradia para seus antigos proprietários.Havia ainda a preocupação por parte da elite nacional sobre o que fazer com essa população recém liberta. Grande maioria dos dirigentes brasileiros da época consideravam os negros como a escória da sociedade, como resquício de um período da história brasileira que deveria ser apagado. Tanto é que em 1890, após a promulgação da Lei Áurea e da Proclamação da República, o então Ministro da Fazenda, Rui Barbosa ordena a destruição de documentos que remontam o período escravista brasileiro. Para Barbosa (2015), a república era "obrigada a destruir esses vestígios por honra da pátria e em homenagem aos deveres de fraternidade e solidariedade para com a grande massa de cidadãos que a abolição do elemento servil entraram na comunhão brasileira."Para isso acontecer era preciso diminuir a população negra a partir dos centros urbanos. Como o Rio de Janeiro era a capital federal na época, local de análise deste artigo, será analisado quais foram as condições sociopolíticas que os negros enfrentaram nos 30 primeiros anos logo após a libertação. Sem ter para onde ir nem uma ocupação remunerada, boa parte dos libertos se fixaram em prédios no centro do Rio de Janeiro, formando comunidades inteiras. Esses lugares passaram a serem chamados de cortiços. As condições de habitação e higiene eram mínimas, causando um ambiente propício para a propagação de doenças. Como essas populações estavam fixadas no centro da cidade, logo começou a incomodar a elite carioca, já que o governo não oferecia nenhum tipo de assistência social. O aumento da violência também era atribuído aos negros residentes. Aliado a isso existia um projeto de tornar a capital federal uma cidade com aspectos arquitetônicos europeus. Para isso era necessário demolir prédios e remanejar moradores da localidade. No início do século XX, para ser mais exato, no ano de 1903, o então prefeito Pereira Passos inicia uma série de mudanças urbanísticas na cidade do Rio de Janeiro. A ideia era que a capital federal ganhasse semelhanças com a cidade de Paris que havia passado por reformas no século XIX. Com o apoio do presidente Rodrigues Alves foram iniciadas as mudanças na cidade, juntamente com o médico Oswaldo Cruz que ficaria responsável pela parte sanitária a fim de erradicar o surto de doenças atribuídas aos conglomerados no centro da cidade, onde não havia saneamento básico nem qualquer auxílio do governo. Essas séries de reformas sofreram muitas críticas, pois os moradores dos cortiços foram simplesmente expulsos. O caso mais famoso foi a demolição do Morro do Castelo, onde habitavam várias famílias. Expulsas do centro da cidade, essas pessoas migraram para os morros, iniciando a formação das favelas, como é o caso do Morro da Providência. Outros locais surgem como um novo local de moradia. Nessa época surge também a formação da Baixada Fluminense.
Segundo Azevedo (2003), o intuito central das reformas era tornar a cidade um lugar aburguesado. Para isso era preciso pulverizar a classe pobre do centro da cidade. A maior parte da população que vivia no centro do Rio de Janeiro no início do século XX era formada por ex-escravos e por pessoas pobres.