2 — Qual a diferença entre Rousseau e Hobbes na descrição do que é o estado? 3 — Defina a origem da desigualdade e a origem da propriedade de acordo com o texto. 4 — A definição de estado para Rousseau é aplicada em nossa sociedade? Explique: brainly
Soluções para a tarefa
Resposta:
2)
O filósofo genebrino Jean-Jacques Rousseau pode ser visto como um opositor de Hobbes. Enquanto este concebia o estado natural como guerra e o estado social como fonte de segurança individual, Rousseau afirmava o estado natural como fonte da liberdade e da igualdade, sendo essencialmente bom, enquanto que a sociedade política era a fonte da guerra, posto que instaurava a desigualdade entre os homem.
3)O texto pertence a Rousseau em seu famoso discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens.
Em Rousseau, no estado de natureza os homens eram todos livres e iguais, sobrevivendo e partilhando da natureza. A desigualdade surge com a propriedade privada, quando um indivíduo, cercou um terreno e dizendo: isto é meu, encontrou pessoas que confirmaram a sua propriedade.
Surge então para Rousseau, a sociedade civil, estabelecendo individualidades que deveriam ser confirmadas coletivamente através de um acordo ou pacto social.
4 Para Rousseau, no estado de natureza, o homem é guiado por suas necessidades básicas individuais reveladas pela sua condição natural, enquanto que em sociedade, na condição social, o indivíduo é parte do corpo social, da coletividade.
Assim o indivíduo não é um particular, mas tem de ser um social. Entretanto, a sociedade civil, sendo instituída contratualmente, torna o indivíduo submisso à vontade geral, mas não ao Estado, formado por interesses particulares.
Portanto, a definição de Estado para Rousseau não pode ser aplicada a nossa sociedade, pois para Rousseau, a vontade geral deve estar acima do Estado. A vontade geral é soberana porque visa o bem comum e não pode estar a mercê do Estado, pois o bem comum surge justamente da oposição de interesses particulares do Estado, que tendem mais a predileções do que à igualdade
2) Rousseau e Hobbes podem ser considerados antagônicos quando se trata do contratualismo social: para Hobbes, o estado natural do homem era de guerra de todos contra todos. Por isso, os homens cedem seus direitos e sua liberdade ao governo para que este possa garantir a segurança individual de cada um. Forma-se, então, o Leviatã.
Já Rousseau afirmava que o homem nasce livre, mas encontra-se acorrentado aonde quer que olhe. O homem, bom por natureza, é assim acorrentado pelo Estado e pela sociedade política, representantes da desigualdade entre os homens.
Rousseau e Hobbes, assim como Locke, são os principais representantes da filosofia política moderna: são os três pilares do que se chama de contratualismo social.
3) Para Rousseau, a origem da desigualdade entre os homens se deve com o surgimento da propriedade privada. A partir do momento em que o primeiro homem determinou que um pedaço de terreno era seu, outras pessoas buscaram o mesmo: a propriedade privada é o início da sociedade civil que dará origem, por sua vez, ao pacto social.
Rousseau (1712-1778), o mais importante iluminista francês, tendia ora à teoria do sentimento interior (que influenciaria o romantismo alemão posterior), ora à defesa da absorção total do individuo na vida social por meio do conceito de vontade geral (uma de seus principais legados aos revolucionários).
Suas obras "Do Contrato Social" e "Emílio" representam o grosso de sua teoria: o homem nasce bom, a sociedade o corrompe ou, em outras palavras: o homem nasce livre e se encontra acorrentado por toda parte.
4) Rousseau era iluminista porque considerava a razão o instrumento privilegiado para a superação dos males da sociedade. Portanto, não seria a Igreja o órgão de salvação da humanidade, mas sim o Estado que salvaria tanto individual quanto coletivamente a humanidade.
Deste modo, pode-se dizer que a definição geral de Rousseau encontra-se, sim, presente em nossa sociedade: toda solução que se busca hoje se dá no plano político, principalmente em nome da vontade do povo (que nada mais é do que a abstração da vontade geral de Rousseau)
Pode-se resumir os principais elementos do Iluminismo nos seguintes pontos:
- cientificismo
- racionalismo
- materialismo
- antirreligiosidade
- homem como auto-inventor infinito
- crença na perfectibilidade do futuro
Nossa sociedade encontra-se com fé em cada uma destas características ainda hoje.
Ironicamente, o Iluminismo alcançou seu ápice prático na Revolução Francesa que, teoricamente, se inicia com imensa confiança na razão como motor para se alcançar uma República virtuosa. Acabou, contudo, após as guilhotinas e o terror de Robespierre, gerando um reino de medo e, posteriormente, um império despótico comandado por Napoleão.
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