1. Esses métodos que permitem o controle minucioso das operações do corpo, que realizam a sujeição constante de suas forças e lhes impõem uma relação de docilidade-utilidade, são o que podemos chamar as "disciplinas". (…)O momento histórico das disciplinas é o momento em que nasce uma arte do corpo humano, que visa não unicamente o aumento de suas habilidades, nem tampouco aprofundar sua sujeição, mas a formação de uma relação que no mesmo mecanismo o torna tanto obediente quanto é mais útil, e inversamente.(FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. Petrópolis: Vozes, 1987. p.126-127)Segundo a obra de Michel Foucault, a sociedade disciplinar, da qual a escola é uma instituição de grande valor, é fenômeno da:a) Idade Média.b) Antiguidade Clássica.c) Idade Contemporânea.d) Idade Moderna.e) Pós-modernidade.
Soluções para a tarefa
É correta a alternativa C.
Para Foucault durante o processo da Revolução Industrial (e suas consequências) houve uma transição de um modelo político baseado na soberania (em que havia um poder estabelecido que ordenava e era obedecido, sob ameaça de coerção física) para o da disciplina, em que estes processos eram internalizados pelo próprio sujeito e a sociedade mantinha-se sem autoridade central.
Foucault vê a escola como uma das instituições que realizam este trabalho, preparando o sujeito para a vida em sociedade dentro das formas estabelecidas pelos modos capitalistas de produção.
Resposta:
Alternativa D.
Explicação:
Foucault destaca que as disciplinas são produtos de um processo
que tem início no Século XVII, portanto, Idade Moderna, e vai se
complexificando na sequência. A esse respeito o próprio autor escreve
"Mas as disciplinas se tornaram no decorrer dos séculos
XVII e XVIII fórmulas gerais de dominação. (…) A disciplina
fabrica assim corpos submissos e exercitados, corpos
“dóceis”. A disciplina aumenta as forças do corpo (em
termos econômicos de utilidade) [por isso estar atrelada ao
desenvolvimento do capitalismo] e diminui essas mesmas
forças (em termos políticos de obediência)". (FOUCAULT,
1987, p. 126-127, grifos meu).