1) Da Idade Média aos tempos modernos, os reis eram considerados personagens sagrados. Os reis da França e da Inglaterra “tocavam as escrófulas”, significando que eles pretendiam, somente com o contato de suas mãos, curar os doentes afetados por essa moléstia. Ora, para compreender o que foram as monarquias de outrora, não basta analisar a organização administrativa, judiciária e financeira que essas monarquias impuseram a seus súditos, nem extrair dos grandes teóricos os conceitos de absolutismo ou direito divino. É necessário penetrar as crenças que floresceram em torno das casas principescas. (Adaptado de Marc Bloch, Os reis taumaturgos. São Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 43-44.)
A) De acordo com o texto, como se pode compreender melhor as monarquias da Idade Média e da Idade Moderna?
B) O que significa “direito divino dos reis”?
2) Todo o poder vem de Deus. Os governantes, pois, agem como ministros de Deus e seus representantes na terra. Conseqüentemente, o trono real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio Deus. (Jacques Bossuet, POLÍTICAS TIRADA DAS PALAVRAS DA SAGRADA ESCRITURA, 1709)
(...) que seja prefixada à Constituição uma declaração de que todo o poder é originalmente concedido ao povo e, conseqüentemente, emanou do povo. (Emenda Constitucional proposta por Madison em 8 de junho de 1789)
A) Explique a concepção de Estado em cada um dos textos.
B) Qual a relação entre indivíduo e Estado em cada um dos textos?
Soluções para a tarefa
Resposta:
1-A)Os reis, além de concentrarem poderes sobre os seus súditos, eram considerados personagens sagrados.
B)O “direito divino dos reis” legitimou politicamente os poderes da monarquia, tornando-a incontestável, sob argumento de que o governo monárquico surgira do consentimento de Deus
2-No primeiro texto temos uma concepção centralizada de Estado, justificada como sendo uma manifestação direta da vontade divina, de modo que não cabe a ninguém duvidar das decisões e do poder divino, que deve ser simplesmente aceito como uma manifestação da vontade divina.
Já no segundo texto há uma concepção republicana de poder, onde o poder é considerado como uma concessão feita pelo povo por aqueles que escolheu para que o representasse, de modo que o poder só deve ser exercido enquanto for da vontade do povo o seu exercício.
B - No primeiro texto o Estado é superior ao indivíduo e cabe ao indivíduo apenas obedecer às ordens e cumprir as decisões que são feitas pelo monarca, enquanto que no segundo texto o indivíduo é responsável pela escolha dos representantes, participando da construção do poder do Estado, não sendo sujeito senão a leis escritas e votadas de acordo com aquilo que é mais justo.
Explicação: