Você considera o MST um movimento social importante para uma reparação histórica, através de uma redistribuição justa da terra com a reforma agrária? Explique. *
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Resposta: Sim.
Para colonizar um país de dimensões continentais como o Brasil, a Coroa Portuguesa teve que deslocar cerca de 5 milhões de negros escravizados para o nosso território. Essas pessoas serviram de mão de obra para uma minoria de portugueses, que detinham um território imenso de terras lavradas por mãos escravas. Apenas em 1888 a escravatura foi abolida, o que tornou nos tornou o último país ocidental a proibir a prática.
Passados menos de 150 anos desde o fim do sistema escravagista, a distribuição de riquezas no país não alcançou um patamar justo. Os negros alforriados não receberam qualquer apoio financeiro do estado, o que os levou à miséria e resultou no surgimento de grande favelas no início do século. Uma minoria da população detinha terras, enquanto a maioria trabalhava para lavrar terras alheias em troco de salários baixos nos campos, ou arcar com aluguéis abusivos nas grandes cidades. Pouco mudou nesse sentido.
Para além da flagrante injustiça, a situação tem efeitos nefastos na economia. Nas cidades, a desigualdade fortalece a violência e promove a especulação imobiliária, consistente na prática de investir excessivamente em imóveis, gerando uma inflação artificial em seus preços. Nos campos, as terras são usadas como uma espécie de "poupança", que serve para a manutenção da riqueza na mão de poucos, que, muitas vezes, não produzem a partir da Terra. Essa falta de produção causa prejuízos a toda a a sociedade, porque frustra o potencial de nossos recursos.
Em paralelo, temos uma crise humanitária, de trabalhadores rurais e "boias-frias", submetidos a condições de trabalho análogas a escravidão, crianças sem escola, e jagunços que ameaçam ativistas, políticos e indígenas.
Essas breves constatações deixam clara a importância do Movimento Sem Terra (MST), que atua nas áreas rurais, e do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MTST), que atua nas áreas urbanas. Os dois movimentos exercem uma função essencial, ao pressionar as autoridades públicas a respeitar o que diz a Constituição, que já prevê o direito à apropriação de Terras improdutivas, justamente com objetivo de afastar os prejuízos inerente à especulação imobiliária, à concentração de terras, e ao crescimento da população em situação de rua.