Vendo com os ouvidos
Viajado leitor rodada leitora, depois de andar 2753 km pelas esburacadas estradas brasileiras, finalmente
cheguei a Arapiraca para ver uma das partidas de abertura da Série C do Brasileiro. O jogo era ASA (Asso
ciocco Sportiva Arapiraquense, para os intimos) Petrolina.
Eu poderia falar dos bons acarajés vendidos no estádio, da lama do gramado, do quase milagroso goleiro
Cenilson, de Petrolina, que defendeu até pênalti, do resultado de 1 a 0 para o time local, dos salários dos jogo
dores (entre R$ 1.500 e R$ 2.000, não tão ruins quanto eu esperava) ou dos torcedores ciclistas que assistem do
jogo sobre suas bicicletas. Mas o que mais me impressionou foram os rádios. Muitos torcedores assistiram ao jogo
com seus aparelhos grudados ao ouvido. Muitos mesmo. É uma mania local. Mania que já foi comum no Sul e no
Sudeste, mas que hoje é exceção na parte de baixo do país.
Vi rádios de todos os tipos pelo estádio Coaracy da Mata Fonseca: pretos, prateados e coloridos, moder-
nos e antigos, pequenos como um celular e grandes como um notebook. Alguns torcedores os escutavam bem
colados ao ouvido, outros preferiam deixá-lo um tanto longe e com o volume no máximo. Mas os do lado não
se incomodavam. Pegavam carona
Os motivos para o sucesso do rádio em Arapiraca são variados. A resposta mais comum foi que, como os
times mudam muito de jogador hoje em dia, só assim se pode saber o nome de quem está com a bola.
Mas houve outras, várias outras. Antonio Feliciano Sobrinho, 71, tem uma razão vital. Ou melhor, vistal. "É
que os meus olhos andam meio ruins, só assim que eu sintonizo quem é quem."
Antonio Barbosa, que gastou R$ 45 num vistoso Molobras, diz que o rádio é bom porque assim ele fico
sabendo o que está acontecendo nos outros jogos da rodada.
Cicero da Silva, 44, que está em seu oitavo rádio, escuta o num tom altissimo e grita para conversar com
os que estão à sua volta. Sua explicação é que o rádio deixa o jogo mais animado, com mais emoção.
Valdir Francisco, 43, já é caso de "audiente fanaticus". É apaixonado por AM desde seu primeiro Molo
radio. E mesmo agora, com um moderno aparelho, continua ouvindo rádio das 20 h às 24 h, todos os dias
em que pessoa do discurso é escrita a crônica?
urgente: É pra daqui a pouco me ajudem..
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É na primeira Pessoa. Está utilizando de Eu.
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Resposta da primeira letra a: porque ele foi assistir ao jogo de futebol em Arapiraca
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