URGENTE RESUMO SOBRE ESSE TEXTO PLSSSSSSSS
COVID-19 X GLOBALIZAÇÃO X CENÁRIO ATUAL
(Request for Information-RFI)
Choque mundial da Covid-19 acelerou um “capitalismo digital” ainda mais
globalizado
“As pessoas passaram a utilizar novas tecnologias digitais para trabalhar, se
comunicar e se divertir, pesquisar as soluções para a pandemia e produzir
insumos sanitários e até alimentos”.
Com a Covid-19, é moda declarar que a globalização acabou e que o
capitalismo morreu. E que agora vamos voltar aos Estados nacionais fortes,
encastelados nas suas fronteiras, protegendo e controlando a vida econômica,
social e cultural de seus cidadãos. Normal: cada vez que o mundo atravessa
uma crise geral aparece a ânsia de voltar ao passado.
Todos os angustiados com as mudanças rápidas e o surgimento de um
mundo novo e desconhecido, sonham com uma fantasmagórica idade de ouro,
onde tudo era mais simples, mais próximo e mais aconchegante. Esquecendo
que “antes” haviam guerras nacionalistas totais e epidemias horríveis. E que a
vida cotidiana era “pobre, feia, brutal e curta” para a maioria da humanidade. O
mundo vai mudar, é claro. Mas o futuro não vai ser o velho passado conhecido.
Antes mesmo da pandemia, a forma que o capitalismo tomou no século
20 já estava nos seus últimos estertores. Para sobreviver, esse capitalismo da
produção de massa para o consumo de massa – inaugurado há 100 anos
atrás, pela cadeia de montagem dos automóveis Ford nos Estados Unidos –
precisa abaixar os custos e aumentar o número de consumidores solventes de
maneira permanente.
Metamorfoses do capitalismo globalizado
Nos anos da Grande Depressão, na década de 1930, a solução foi
inventar o Estado de bem-estar e ajudar os sindicatos a acabar com a velha
tralha do capitalismo do século 19. Na crise do final dos anos 1970, as saídas
foram as empresas multinacionais procurando mercados para investir e vender
pelo mundo afora. Com a queda do Muro de Berlim e o fim dos regimes
comunistas, o capitalismo pode contar com centenas de milhões de novos
trabalhadores baratos e potenciais consumidores – na China, Índia e outros
grandes países do Sul.
A redução dos custos passou pelas “cadeias de valor globais”,
fragmentadas e espalhadas pelo mundo inteiro, e administradas graças as
novas tecnologias da informação.
As multinacionais se transformaram em empresas “transnacionais”
globalizadas que conseguiram tirar da miséria negra uma imensa parte da
humanidade. Só que, no começo do século XXI, essa forma de capitalismo
globalizado bateu na parede dos recursos ambientais finitos e dos limites de
um modelo produtivo incapaz de abaixar ainda mais custos e de encontrar
novos consumidores solventes.
Mas verdadeiro camaleão, o capitalismo está se metamorfoseando mais
uma vez. A nova forma é feita de unidades de produção conectadas para cada
mercado específico, e um consumo personalizado e customizado. Um modelo
administrado pelas redes de comunicação e informação globais, utilizando a
automação da produção, as impressoras 3D, a Internet das Coisas, a
Inteligência Artificial e a “nuvem” informática.
Cooperação internacional
O choque mundial da Covid-19 está acelerando essa mutação para um
capitalismo “digital” ainda mais poderoso e globalizado através das redes que
se estendem por todos os recantos do planeta. Desafiando a capacidade de
controle dos Estados nacionais. Graças ao vírus, nunca houve tanta gente
utilizando as novas tecnologias digitais para trabalhar, se comunicar e se
divertir, pesquisar as soluções para a pandemia e produzir insumos sanitários e
até alimentos. Inventando propagandas e “fake-news” que acurralam qualquer
governo.
Não há dúvida que num período de ameaça de morte, as pessoas se
precipitam nos braços de uma autoridade que declara que vai resolver o
problema. E hoje, só os Estados nacionais possuem alguma capacidade de
decisão para combater a epidemia e tentar mitigar a crise econômica que vem
atrás.
Só que a testosterona nacionalista está atiçando as rivalidades entre
Estados – na compra de produtos sanitários, nas instituições internacionais, na
briga Trump-Xi Jinping, ou para saber quem vai pagar a conta final da
catástrofe. Mas todos sabem perfeitamente que os problemas centrais do
mundo que vem aí – a questão ambiental, as futuras pandemias e a regulação
do novo capitalismo – só podem ser tratados se houver uma forte cooperação
internacional. Uma capacidade de decisão globalizada que ainda não existe e
que precisamos urgentemente.
Soluções para a tarefa
Resposta:
O que, sem dúvida, deixará uma marca profunda é a demonstração do poder do capitalismo digital durante esta crise. Um número muito grande de setores, a começar pela medicina, entrou mais rápido do que o esperado no século XXI digital. No nível da sociedade, esta crise acelerará a transformação do mundo. Quer se analise o capitalismo pela entrada marxista ou neoclássica, o objetivo do capitalismo é sempre o de reduzir custos. A globalização permitiu que isso acontecesse fazendo as pessoas trabalharem a custos baixos.
A crise da saúde, por sua vez, tornou possível medir que fomos longe demais na desintegração das cadeias de valor e que estamos caminhando para as relocalizações. Mas como o peso da indústria é de apenas 12% do PIB, o movimento será modesto. O que vai se acelerar é a economia dos Gafa, Amazon, Netflix, Google, etc. Tudo é feito para você gerenciar on-line, sem precisar ir a uma loja, a um cinema. É possível que, em alguns anos, a pandemia de Covid-19 seja interpretada como o ponto decisivo na implantação desse capitalismo digital.
Esse capitalismo digital aparece ao mesmo tempo como hiperconcentrado, até monopolista, com empresas dominantes que contam com gigantescas capitalizações nos mercados de ações. Evidentemente, este é um sistema em que o vencedor leva mais, para retomar uma fórmula de David Autor, do MIT e de seus coautores. Vemos em todos os lugares que os top five percent captam a renda. Não é apenas o Facebook nas comunicações, o Google nas redes, mas também o Airbnb ou o Booking na hotelaria, o Uber nos táxis... Cada vez, vemos a mesma mecânica de concentração.
O capitalismo digital abre uma nova guerra de modelos, desta vez entre a China e os Estados Unidos, como tivemos a guerra de modelos entre a URSS e os Estados Unidos no século XX. Vemos que a China está muito confortável neste capitalismo digital emergente. O Estado joga com suas possibilidades de controle para assegurar a manutenção da ordem... A classificação social introduzida é um dos elementos dessa sociedade do controle, com a atribuição de uma nota que subtrai ou acrescenta possibilidades a indivíduos com base no cumprimento de normas sociais estabelecidas, agora incluindo normas sanitárias, o que nos faz pensar em um filme de ficção científica.