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Cultura na idade média segundo Jacques Le Goff
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Le Goff, que descobriu a Idade Média ainda criança, lendo o romance Ivanhoé (1820), de sir Walter Scott (1771-1832), ficou fascinado com os personagens secundários desse que é considerado o primeiro romance histórico e que descreve a luta entre saxões e normandos. Quando, mais tarde, escreveu sobre o personagem do cavaleiro na Idade Média, veio à memória do medievalista o cavaleiro Wilfred de Ivanhoé e o perverso templário Brian de Bois Guibert, adotados como referências. Le Goff, que completou 90 anos em janeiro, faz, em Homens e Mulheres da Idade Média, um exercício de antropologia histórica para oferecer um panorama fascinante do período com a colaboração de outros historiadores.
A história pode ser contada de várias maneiras, mas, para entender seu significado, é preciso que o imaginário de cada época seja estudado sem preconceito – e decifrado, como o faz o historiador francês Jacques Le Goff em dois livros sobre o período injustamente chamado de “Idade das Trevas”. Le Goff, que escreveu sua primeira obra sobre a Idade Média em 1956, falando de comerciantes e banqueiros, retoma agora o tema num outro patamar em A Idade Média e o Dinheiro (Civilização Brasileira). Simultaneamente, a editora Estação Liberdade lança o luxuoso Homens e Mulheres da Idade Média, livro fartamente ilustrado que retrata 112 santos, heróis e figuras mitológicas que alimentaram o imaginário do homem medieval.