unbinazaçao da África
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O processo de urbanização das sociedades – isto é, o crescimento da área e da população das cidades em relação ao campo – acontece com diferentes particularidades ao longo do tempo e dos distintos lugares. No entanto, algumas ocorrências notam-se semelhantes em todos os casos, fazendo com que se tenha um padrão mais ou menos definido de como certos fenômenos repetem-se nesse contexto. No caso da urbanização da África, ainda em curso, algumas manifestações vêm se repetindo em relação aos processos já acontecidos nos países desenvolvidos e nos emergentes industrializados.
É claro que falar em “urbanização da África” é uma questão, por si só, problemática, pois trata-se de um continente muito grande, com uma elevada quantidade de países que apresentam diferentes contextos. No entanto, em uma ideia mais geral, podemos dizer que apenas no final do século XX e no início do XXI é que o continente africano vem conhecendo, de fato, o seu processo de urbanização de forma mais intensificada, embora tal fenômeno tenha se iniciado timidamente já na década de 1950.
Há estimativas realizadas por agências ligadas à Organização das Nações Unidas (ONU) de que, até 2030, a população das cidades deverá aumentar 85% nos países da região. Dessa forma, mais da metade da população africana será urbana. Atualmente, apenas um terço dos habitantes do continente o são. Tal crescimento será resultado tanto do rápido crescimento vegetativo das principais cidades quanto dos intensivos processos de êxodo rural e metropolização das sociedades, algo já vivido pelas economias mais avançadas.
Dentre os principais fatores ligados à urbanização dos países do continente africano, destacam-se a industrialização relativa de suas economias, a menor oferta de emprego no campo, a elevada concentração fundiária – ou, no caso de alguns países, a baixa disponibilidade de terras facilmente agricultáveis – e o predomínio de atividades econômicas propriamente urbanas, sobretudo ligadas ao setor terciário (comércio e serviços, a maioria informal). Todos esses elementos podem ser listados como as reais causas da urbanização da África.
Como já frisamos, embora haja particularidades, a urbanização da África repete alguns padrões já vistos em outros lugares. Nos países desenvolvidos da Europa e da América do Norte, a urbanização acelerada – sobretudo no período da Revolução Industrial – causou graves problemas sociais nas cidades, o que só foi, em partes, resolvido com as posteriores reformas urbanas e melhorias nas condições de renda da população. Já nos países emergentes (incluindo o Brasil), ainda se vivem as consequências dessa urbanização acelerada realizada ao longo do século XX, com a formação de favelas, guetos e a constituição da segregação socioespacial.