Uma reflexão em base o filme a menina que roubava livros ( filme), partindo do seguinte mote: "Está ai uma coisa que nunca saberei nem compreenderei do que os humanos são capazes."
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O ato de leitura como forma de se rebelar e adquirir consciência própriaAs melhores obras sobre o absurdo do nazismo são aquelas escritas com base em experiências pessoais. Seja Art Spiegelman na criativa graphic novel “Maus” ou Markus Zusak em “A Menina que Roubava Livros”, ambos utilizam relatos de seus pais como matéria-prima para uma redenção pela Arte, resultando em produtos que entretém enquanto instigam a necessária reflexão. A adaptação feita pelo próprio Zusak, com o auxílio de Michael Petroni, segue com extrema fidelidade a trama original, subestimada por aqueles que acreditam se tratar de mais um “O Caçador de Pipas”.
Diferente de muitos repentinos fenômenos adolescentes fabricados pela indústria literária, o livro é muito bem escrito, com um estofo cultural perceptível nas referências que o autor utiliza, muitas delas foram transpostas para o filme. Como o momento precioso no livro, onde o jovem alemão busca se parecer com o corredor negro Jesse Owens, que três anos antes do início da narrativa havia chocado a sociedade alemã nas Olimpíadas, um feito eternizado pelas lentes da diretora Leni Riefenstahl no clássico “Olympia”. A adaptação compreensivelmente facilita para o público, inserindo a imagem de Owens sobreposta à do garoto. O alto nível das atuações, especialmente Geoffrey Rush (Hans) e Emily Watson (Rosa) como os pais adotivos, fortalece o intimismo original do roteiro, que se preocupa mais em retratar as transformações internas dos personagens, do que em emoldurar a devastação do Holocausto ou estabelecer estereótipos.
Com uma direção elegante e sensível de Brian Percival (da série “Downton Abbey”), cenas como a do resgate do livro na pilha em chamas ou o primeiro contato da protagonista com uma biblioteca, evitam o caminho fácil da pieguice. Ao invés de focar em uma trilha sonora melosa (o que é dizer muito, já que o compositor é John Williams) na cena da fogueira de livros, a câmera busca o rosto de Liesel (encantadora Sophie Nelisse) em detalhe, indo da inocente alegria inconsciente pela vibração da turba, à silenciosa constatação da loucura. Ela amadurece anos em poucos segundos. Mas a qualidade mais importante do filme consiste na bela história que conta, mais do que na forma que a conta. O ato da leitura como forma de se rebelar e adquirir consciência própria, rejeitando a devoção cega da sociedade em que está inserida. A emoção contida na observação da carta da menina, onde ela especifica que aprendeu a ler. Sua gradual compreensão de que apenas a leitura forma seres com pensamento crítico, constatando que, em mãos erradas, o poder da linguagem pode ser usado para a destruição, como o fez a propaganda nazista. A morte (Roger Allam) como a narradora que teme os vivos, assim como os vivos temem a morte, porém fascinada pela bravura de Liesel.
O roubo de livros começa antes mesmo de a menina saber ler, quando ela resgata o manual que cai da roupa de um coveiro, após o enterro de seu irmão. O que começa como uma tentativa ingênua e inconsciente de retomar o controle em um mundo que está desabando ao seu redor acaba se revelando um inestimável porto seguro emocional. Nos tempos medíocres em que vivemos, com “rolezinhos” e irresponsável estereotipação de jovens pobres, eu torço para que as sessões fiquem lotadas de adolescentes.
Diferente de muitos repentinos fenômenos adolescentes fabricados pela indústria literária, o livro é muito bem escrito, com um estofo cultural perceptível nas referências que o autor utiliza, muitas delas foram transpostas para o filme. Como o momento precioso no livro, onde o jovem alemão busca se parecer com o corredor negro Jesse Owens, que três anos antes do início da narrativa havia chocado a sociedade alemã nas Olimpíadas, um feito eternizado pelas lentes da diretora Leni Riefenstahl no clássico “Olympia”. A adaptação compreensivelmente facilita para o público, inserindo a imagem de Owens sobreposta à do garoto. O alto nível das atuações, especialmente Geoffrey Rush (Hans) e Emily Watson (Rosa) como os pais adotivos, fortalece o intimismo original do roteiro, que se preocupa mais em retratar as transformações internas dos personagens, do que em emoldurar a devastação do Holocausto ou estabelecer estereótipos.
Com uma direção elegante e sensível de Brian Percival (da série “Downton Abbey”), cenas como a do resgate do livro na pilha em chamas ou o primeiro contato da protagonista com uma biblioteca, evitam o caminho fácil da pieguice. Ao invés de focar em uma trilha sonora melosa (o que é dizer muito, já que o compositor é John Williams) na cena da fogueira de livros, a câmera busca o rosto de Liesel (encantadora Sophie Nelisse) em detalhe, indo da inocente alegria inconsciente pela vibração da turba, à silenciosa constatação da loucura. Ela amadurece anos em poucos segundos. Mas a qualidade mais importante do filme consiste na bela história que conta, mais do que na forma que a conta. O ato da leitura como forma de se rebelar e adquirir consciência própria, rejeitando a devoção cega da sociedade em que está inserida. A emoção contida na observação da carta da menina, onde ela especifica que aprendeu a ler. Sua gradual compreensão de que apenas a leitura forma seres com pensamento crítico, constatando que, em mãos erradas, o poder da linguagem pode ser usado para a destruição, como o fez a propaganda nazista. A morte (Roger Allam) como a narradora que teme os vivos, assim como os vivos temem a morte, porém fascinada pela bravura de Liesel.
O roubo de livros começa antes mesmo de a menina saber ler, quando ela resgata o manual que cai da roupa de um coveiro, após o enterro de seu irmão. O que começa como uma tentativa ingênua e inconsciente de retomar o controle em um mundo que está desabando ao seu redor acaba se revelando um inestimável porto seguro emocional. Nos tempos medíocres em que vivemos, com “rolezinhos” e irresponsável estereotipação de jovens pobres, eu torço para que as sessões fiquem lotadas de adolescentes.
Usuário anônimo:
quero uma coisa mais resumidamente
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