Uma análise crítica sobre a origem do trabalho e a escravidão
Soluções para a tarefa
Resposta:
No Brasil, a escravidão teve seu início a partir da produção de açúcar na primeira metade do século XVI. Os portugueses traziam os escravos de suas colônias na África para utilizar como mão-de-obra escrava nos engenhos de açúcar da região nordeste do Brasil. Os escravos aqui no Brasil eram vendidos como se fossem mercadorias pelos comerciantes de escravos portugueses. Os mais saudáveis chegavam a valer o dobro daqueles mais fracos ou velhos.
O transporte destes escravos era feito da África para o Brasil nos porões de navios negreiros. Os escravos vinham amontoados, em condições desumanas, muitos morriam antes de chegar ao Brasil, e seus corpos eram deixados no mar.
Quando chegavam às fazendas de açúcar ou nas minas de ouro (a partir do século XVIII), os escravos eram tratados da pior maneira possível. Trabalhavam excessivamente (de sol a sol), recebiam uma alimentação precária e suas roupas eram trapos. A noite recolhiam-se nas senzalas (galpões escuros, úmidos e com pouca higiene) e eram acorrentados para evitar fugas. Constantemente eram castigados fisicamente, sendo que o açoite era a punição mais comum no período do Brasil colonial.
Os escravos eram proibidos de praticarem a sua religião de origem africana ou de realizar suas festas e rituais africanos. Eram obrigados a seguir a religião católica, imposta pelos senhores de engenho, e também era exigido adotar a língua portuguesa na sua comunicação. Porém mesmo com todas as imposições e restrições, não deixaram a cultura africana se extinguir. Escondidos, realizavam seus rituais, praticavam suas festas, conservaram suas representações artísticas e desenvolveram uma uma arte marcial disfarçada de dança, a Capoeira.
Resposta: Em 13 de maio 1888, a Lei Áurea extinguiu, ainda que formalmente, a escravidão no Brasil. Contudo, completados 128 anos de seu sancionamento, a existência de trabalhadores submetidos a situações análogas à de escravo dentro de nosso território nacional ainda persiste. A escravidão dos dias atuais não é a mesma daquela praticada nos períodos colonial e imperial do Brasil, razão pela qual é necessário pontuar as diferenças relativas à propriedade legal, custo de compra, lucro, mão-de-obra, relacionamento com o proprietário, diferenças étnicas e manutenção da ordem. Infelizmente, este sistema arcaico alimenta um grande mercado de produção. Por isso, a identificação dos escravocratas contemporâneos é fundamental para a possível resolução do problema. Em 1995, o Brasil reconheceu publicamente a persistência deste tipo de trabalho. Como se trata de um problema ligado aos direitos humanos e ao princípio da dignidade da pessoa humana, organismos e instituições, tanto nacionais quanto internacionais, agem de forma conjunta na tentativa de erradicar o problema de forma multifocal. Por se tratar de uma situação tão grave, esta pesquisa revela sua importância ao analisar os fenômenos históricos, sociais, econômicos e políticos que circundam essa problemática e ao lançar um novo desafio, qual seja, a construção de um modelo trabalhista sustentável, que equilibre o desenvolvimento econômico e social com os direitos e a qualidade de vida dos trabalhadores.