um resumo de 20 linhas do filme "Adeus,meninos" mds gente é pra amanhã!!!
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Resposta:
O diretor francês Louis Malle desenvolveu, desde o final da década de 50, uma das carreiras mais autorais e independentes do cinema francês.
À margem da Nouvelle Vague, movimento que arregimentava grandes nomes, como Truffaut, Godard, Chabrol e Rivette, Malle construiu uma filmografia sólida e que ombreia facilmente com a de seus compatriotas, que o haviam rejeitado.
Concluiu a fase francesa de sua carreira com uma das grandes obras-primas do cinema europeu, vencendo o Leão de Ouro no Festival de Veneza no ano de 1987.
O filme de 1984 é comemorado até hoje exatamente por seu relato honesto e confessional, resgatando as memórias de infância do diretor em uma história comovente sem ser piegas.
filme conta a história da amizade entre os meninos Julien Quentin e Jean Bonnet em um colégio católico da França ocupada, em pleno auge da Segunda Guerra Mundial.
Os primeiros 40 minutos de filme transcorrem como se se tratasse de um colégio comum, onde os alunos convivem normalmente, estabelecem laços, brincam com pernas de pau, assistem às aulas e também fazem suas típicas traquinagens.
Enquanto o mundo lá fora degenera em ódio, morticínio e segregação, dentro dos muros da escola, todos os meninos são iguais.
O espectador só entende o contexto histórico do longa-metragem quando os primeiros sinais são revelados às próprias crianças.
Os meninos passarão por um processo de maturação forçada assim como o próprio continente europeu, dominado por regimes totalitários e aniquilado pela destruição sem precedentes da guerra que viria.
Quando Adolf Hitler invade a Polônia em setembro de 1939, nem a Europa nem o mundo pareciam também capazes de projetar o cataclismo que marcaria tão profundamente a história do século XX.
O olhar virginal dos alunos me traz à lembrança o espanto de um dos irmãos de Vidas Secas, de Graciliano Ramos, quando lhe dizem o que significa a palavra “inferno”.
O menino, absorto pela descoberta, não conseguia compreender por que haviam criado uma palavra tão bonita para designar algo tão horrível.
Não é à toa que a frase mais conhecida e comovente do filme seja a sua declaração de que a manhã de janeiro em que ocorre o desfecho da obra ainda seria vivamente rememorada 40 anos depois.
Mesmo nos primeiros minutos de projeção, ainda sem nada sabermos sobre a real natureza do enredo, a fotografia invernal de Renato Berta dá o tom melancólico e taciturno da obra.
Outro ponto em que Adeus, Meninos acerta em cheio é a opção por não tornar a figura do padre Jean, que protegera Bonnet dentro de seu colégio, um estereótipo de personagem caridoso e amável.
Não que o personagem de Morier-Genoud não pudesse demonstrar também esse caráter, mas há certamente cenas em que ele se mostra rígido e enervado com o comportamento das crianças.
“É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no reino dos Céus”, diz ele em um de seus sermões.
Nesse momento, a obra resgata não somente a capacidade de fazer humor com aquele que é diferente, ou seja, com aquele que professa outra fé, mantem outros hábitos ou vem de um local distante (como no caso de Carlitos no curta-metragem).
O filme de Chaplin é capaz de criar afetividade pelo protagonista, que vive todo tipo de dificuldades em um país que não é o seu, em meio a tantos desconhecidos.
Adeus, Meninos termina com uma das despedidas mais melancólicas da história do cinema, mas ainda assim, salvaguardando essa ideia, que, para o nosso bem, nenhum conflito, por mais sangrento que tenha sido, foi capaz de extirpar da história humana.