Um grupo de 130 sem-teto, favelados, estudantes e punks inaugurou uma forma inédita de protesto ontem no Rio, ao promover uma invasão pacífica do shopping Rio Sul, em Botafogo, na zona sul.
O objetivo, segundo os organizadores, era protestar "contra o sistema capitalista, mostrando o contraste entre o consumo supérfluo e a fome".
A manifestação dividiu a opinião de compradores, comerciantes e turistas, surpreendidos pela presença dos manifestantes de aparência simples entre as vitrines e os corredores de mármore.
"Estão nos coagindo utilizando como arma o fator surpresa, fatal para nós que vivemos na tensão da cidade grande", disse Eliomar Marques Lins, 25, que fazia compras com a mulher.
"Não fiquei com medo. O movimento é bom porque a desigualdade aqui é imensa", disse o turista inglês Peter Cook.
Mesmo diante do olhar desconfiado dos lojistas, os sem-teto não se intimidaram: experimentaram roupões de seda e puseram os filhos para brincar com brinquedos importados.
Os manifestantes se disseram integrantes da Frente de Luta Popular, um "fórum de entidades" surgido há dois meses para "criar novas alternativas de luta".
A idéia de invadir um shopping foi anunciada há duas semanas, mas a escolha do estabelecimento foi mantida em sigilo até alguns minutos antes da invasão, às 11h.
Apesar do segredo, a Polícia Militar descobriu os planos, avisou a administração do shopping e mobilizou 45 homens para fazer o isolamento do local.
A reportagem da Folha apurou que a Polícia Federal vinha monitorando os acampamentos do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), uma das entidades participantes da Frente de Luta Popular. Mas não pôde impedir o deslocamento do grupo porque os militantes não estavam em ônibus clandestinos, mas em coletivos alugados.
A entrada no shopping foi negociada entre o chefe do Comando de Policiamento da Capital, coronel Fernando Belo, e o líder do MTST, que se identificou como Eric Vermelho.
"Não estamos invadindo. Queremos dar um passeio como qualquer família. Se nós construímos os shoppings, por que não podemos entrar?", disse Eric.
A administração do shopping reuniu seus seguranças para acompanhar o "passeio" dos manifestantes, que encenaram performances com leitura de poesias, rodas de capoeira e representações teatrais.
Alguns comerciantes fecharam as portas, como foi o caso da loja de moda masculina Richard's e da butique Rudge. Na joalheria Marina, os vendedores também pararam o trabalho. Os manifestantes sentaram no chão em frente à loja, declamando poesias de Ferreira Gullar e Pablo Neruda.
Na loja de moda de praia Redley, o gerente, Eduardo Pinho, adotou a diplomacia. "Procurei deixá-los bem à vontade. Sabia que eles não iam comprar nada, mas não concordo com a discriminação", disse Pinho.
Na hora do almoço, os manifestantes ocuparam a praça de alimentação. Comeram pão com mortadela e tomaram refrigerantes. Militantes sentaram à mesa do industriário Márcio Castro, 32, que interrompeu a refeição para ouvi-los. "É constrangedor, mas não é assustador. Acho que o caminho deles é esse. Não existe outra opção", disse Castro.
Às 16h, os manifestantes deixaram o shopping e seguiram em passeata, sob a chuva, até o palácio Guanabara, sede do governo estadual, onde dois deles foram recebidos pelo secretário de Governo, Fernando William.
Antes de deixar o shopping Rio Sul, obtiveram uma última concessão da administração do estabelecimento, que alugou três ônibus para levá-los de volta à zona oeste da cidade.
1)Que efeito esse movimento pode ter causado no contexto social onde ele se deu?
2)Quem organizou o movimento?
Soluções para a tarefa
2) O movimento foi organizado pelos sem-teto (MTST).
1) O movimento pode causar uma rejeição ainda maior da parte de sociedade para com estes 'sem teto' pois o xoque iria assustar tanto os donos das lojas como os compradores que frequentam o shoping; após o xoque inicial o movimento pode levar à dois caminhos: No primeiro, a rejeição social iria se manter estável ou até mesmo aumentar devido à propagação da notícia sobre o caso, o movimento iria perder o poder e a classe dos 'sem teto' acabaria por ser ainda mais oprimida;
No segundo "caminho", e também o mais aceito, após o ocorrido, com a propagação das notícias e até mesmo com o apoio de turistas, o movimento ganharia forma e cresceria, dividindo grande parte de sociedade entre os "a favor" e "contra", isso levaria o caso para muitas discussões na web o que levantaria ainda mais o movimento, até que se torne um dos assuntos mais falados dentro do pais, e em ultimo caso, se tornaria um fato histórico(de uma forma muito otimista de pensar)