Um dos entraves do Renascimento, foi a sua relação com a Igreja. Explique o porquê.
Soluções para a tarefa
Resposta:
A Reforma protestante fez que o cenário da história da Igreja na Europa se restringisse, pois uma parte dos povos anglo-saxônicos e germânicos se tornou protestante. – De outro lado, porém, esse cenário se dilatou enormemente, pois as novas terras descobertas ao Ocidente, ao Oriente e na África se tornaram campo da ação missionária da Igreja, com novos e novos desafios para a evangelização.
Diante das questões lançadas pelos acontecimentos modernos, a Igreja teve que tirar do seu bojo as respostas adequadas, entre as quais:
1. Organização cada vez mais minuciosa e com tendência a centralizar sempre mais o governo da Igreja; em consequência, no ano de 1870 foi definido o primado de jurisdição e de magistério do Romano Pontífice (de acordo, aliás, com as convicções vigentes desde a Idade Antiga da Igreja);
2. Especialização das forças da Igreja para atender aos novos problemas – o que se deu especialmente pela fundação de novas famílias religiosas, de objetivos bem definidos (a Companhia de Jesus, as Congregações Missionárias, as dedicadas ao ensino, aos doentes, à infância abandonada…)
3. A distinção sempre mais nítida entre a missão espiritual (perene) e as funções temporais ou políticas (passageiras) do Romano Pontífice. O Estado Pontifício caiu em 1870, ano preciso em que se afirmava o primado espiritual do Papa, e só se reergueria em termos diminutos no ano de 1929;
4. A teologia passou a preocupar-se com o rigor das fórmulas de fé; tomou também um caráter apologético (ou defensivo) diante das objeções de cristãos não católicos e de ateus;
5. A expansão da Igreja na América, na África e no Oriente deu nova vitalidade à Igreja, garantindo-lhe o apoio de povos jovens.
Como as demais épocas, a fase moderna da História da Igreja teve seus traços luminosos e seus momentos sombrios. A Igreja se viu aos poucos despojada do apoio do braço secular (que muitas vezes a sufocou) e de recursos humanos, para ter que agir mais e mais a partir da sua vitalidade própria; esta veio à tona especialmente na figura de santos e heróis, que souberam dar coerente testemunho de Cristo nesses quatro séculos.
Renascimento
Renascimento ou Humanismo
O nome Renascimento designa a redescoberta da cultura clássica greco-latina, que parecia ter adormecido na Idade Média e que nos séculos XIV/XV vieram de novo tona.
Houve na Idade Média mais de um Renascimento; assim o anglo-saxão, com S. Beda o Venerável (673-735); o carolíngio, sob Carlos Magno (século VII 1/1 X); o do Direito Romano, em fins do século XII. O Renascimento, porém, dos séculos XV/XVI diferia dos anteriores pelo fato de que os eruditos não somente descobriam e estudavam manuscritos e monumentos da cultura greco-latina pré-cristã, mas também queriam viver de acordo com a mentalidade que eles inspiravam, mentalidade pagã, naturalista e antropocêntrica. – A natureza humana, como tal, tornou-se o critério ou o Supremo Arbitro de todos os valores; era considerada com otimismo. Os estoicos, no fim da Idade pré-cristã, exclamavam: “Segui a natureza!”; tal era o seu ideal de vida. Ora os renascentistas do século XVI proclamavam: “Voltai a natureza!”. Isto significava um adeus em grau ora maior, ora menor, aos valores cristãos, que apregoam a salvação pela Cruz e pela renúncia aos apetites desregrados da natureza.