Um consultor nos relata o caso de um profissional com excelente qualificação técnica, grande experiência e profundo senso de responsabilidade, que estava há muito tempo em uma organização. Ele tinha qualificação para ser promovido a diretor, mas estava estacionado no posto de gerente. Qual o motivo? Choque cultural, de acordo com o consultor. Tratava-se de uma empresa alemã cujo ambiente de trabalho era circunspecto, silencioso e formal. O temperamento do gerente era oposto. Alegre e expansivo, gostava de contar casos engraçados e de rir, chegando a fazer algumas ironias com a seriedade dos outros. Os diretores viam seu comportamento como imaturo e não confiável. "Não dá para confiar, ele é meio moleque", disse um dos diretores. "É inteligente, muito bem preparado, mas é um pouco fora do padrão." Diagnóstico do consultor O consultor apresentou à direção da empresa o diagnóstico de falta de afinidade cultural. Os diretores, segundo ele, concordaram com sua avaliação “com extrema correção e sentido ético” e deixaram-no à vontade para encontrar outra oportunidade para aquele profissional. O consultor assim fez. Encontrou e ofereceu ao gerente um cargo de direção em outra companhia, proposta que ele prontamente aceitou. Pelo enunciado do caso, percebe-se que a empresa não tinha intenção de promover o gerente. A companhia, porém, não o informou desse fato. Referências: FARAH, Flavio. Ética na gestão de pessoas. Brasil: Editora e edições inteligentes, 2004. PERGUNTA AO ESTUDANTE: Foi ética a conduta da companhia? Justifique sua resposta.
Soluções para a tarefa
A conduta pode ser considerada ética se assumirmos que havia meios razoáveis para que o gerente soubesse do resultado de suas constantes avaliações de performance que descreviam que o principal motivo do fato de não ser promovido era o fato de não estar muito bem adaptado ao ambiente cultural da empresa, de modo que, neste caso, haveria uma transparência e o gerente não poderia considerar que foi iludido pela empresa.
A conduta pode ser considerada como possivelmente antiética se a empresa levou o funcionário a acreditar que um dia receberia a promoção ao cargo de diretor e escondia dele o feedback de suas avaliações de performance, de modo que ele estava apenas iludido com uma perspectiva que não iria se realizar.
Neste caso o comportamento antiético não seria não promover o gerente, pois não é uma obrigação da empresa fazê-lo, mas apenas ludibriá-lo, fazendo com que agisse sob falsas premissas, o que constitui um comportamento manipulativo.