Tupã, ó Deus grande! cobriste o teu rosto Com denso velame de penas gentis E jazem teus filhos clamando vingança Dos bens que lhes deste da perda infeliz! Tupã, ó Deus grande! Teu rosto descobre; Bastante sofremos com tua vingança! Já lágrimas tristes choram teus filhos, Teus filhos que choram tão grande mudança. Anhangá impiedoso nos trouxe de longe Os homens que raio manejam cruentos, Que vivem sem pátria, que vagam sem tino Trás do ouro correndo, vorazes, sedentos. E a terra em que pisam e os campos e os rios Que assaltam, são nossos; tu és nosso Deus: Por que lhes concedes tão alta pujança, Se os raios de morte, que vibram, são teus? Vocabulário: velame = véu Acerca do texto, do autor e do período literário suscitados, analise o que for verdadeiro ou falso e assinale o item correto. ( ) Evidencia-se, nesses versos, uma característica tí- pica que dominou a obra de seu autor: o indianismo. Neles o poeta ressalta o sentimento de honra e no- breza de caráter do índio e apresenta-o como um ser idealizado e livre. ( ) Não obstante os versos sejam do período literário que sucedeu ao Arcadismo, o problema denunciado pelo poeta – os malefícios causados pelos brancos aos índios – ainda é atual. ( ) Embora pertença à primeira geração dos poetas românticos, o autor antecipa, nesses versos, temáti- cas que provocaram profunda renovação na poesia romântica: pessimismo e nacionalismo. A V - V - F B V - V - V C F - V - V D F - F - V E F - F - F 48 2 1 300 2019-09-05 23:02:18 14
183 13957106 23007903 Ode ao burguês Eu insulto o burguês! O burguês-níquel, o burguês-burguês! A digestão bem-feita de São Paulo! O homem-curva! o homem-nádegas! O homem que sendo francês, brasileiro, italiano, é sempre um cauteloso pouco-a-pouco! Eu insulto as aristocracias cautelosas! Os barões lampiões! os condes Joões! os duques zurros! que vivem dentro de muros sem pulos; e gemem sangues de alguns mil-réis fracos para dizerem que as filhas da senhora falam o francês e tocam os Printemps" com as unhas! (Pauliceia Desvairada, Mário de Andrade) O poema acima, de Mário de Andrade, foi publicado em 1922 e focaliza um momento histórico-social de renovação artística no Brasil. Alguns de seus versos foram declamados na "Semana de Arte Moderna". Com base no contexto da produção do poema, podemos inferir que o eu-lírico critica A o apego burguês pelo acúmulo de capital e o con- sequente desprezo pelas artes internacionais. B o acúmulo de dinheiro pela burguesia e o desprezo pelas modas francesas. C a aceitação passiva dos modelos sociais e artísti- cos vigentes, sintoma da falsa moral burguesa. D o nacionalismo da burguesia e a despreocupação do vanguardismo artístico europeu. E o costume do proletariado brasileiro de enviar seus filhos à Europa para aprender piano.
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Alternativa C.
A sequência correta será: F - V - V
O poema disposto no enunciado trata-se de um escrito de Gonçalves Dias, chamado de ''Deprecação''. Este poeta fez parte da primeira geração do romantismo e seus poemas expressavam o nacionalismo e pessimismo.
A primeira afirmação do enunciado está incorreta, pois o poema trata-se de um ode às perdas e sofrimentos indígenas. Através dos versos ''E jazem teus filhos clamando vingança/ Dos bens que lhes deste da perda infeliz'' e ''Já lágrimas tristes choram teus filhos'' podemos inferir que o tema central do poema é o clamor pela terra usurpada dos índios.
Espero ter ajudado, bons estudos.
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