Sociologia, perguntado por Gustavob4656, 1 ano atrás

Trabalho, um bem comum

Se não queremos modificar a maneira como o trabalho hoje se reparte entre os indivíduos, é de facto porque o trabalho constitui o principal meio de distribuição dos rendimentos [...], da proteção e das posições sociais: rever a maneira como se partilha o trabalho leva a repensar também a repartição do conjunto dos bens sociais. Mas será legítimo que o trabalho continue a exercer a função de distribuição de riquezas enquanto se reduz de facto, enquanto nós desejamos a sua redução, e enquanto o progresso técnico não pare de reduzir seu volume? Será normal que a sua função continue a ser a mesma quando o processo de entrada e saída do mercado de trabalho de trabalho não é controlado nem regulado, mas resulta das opções de actores privados cujo imperativo não é de maneira nenhuma o emprego, mas a produção ou o seu próprio desenvolvimento? Será legítimo que uma sociedade rica deixe a assim a repartição do conjunto dos bens sociais operar-se de uma maneira “natural”, selvagem e aleatória? E sobretudo que se recuse a considerar o trabalho como um bem extremamente particular cuja repartição e flutuação devem ser reguladas, uma vez que se trata de um bem que dá acesso a todos os demais? Uma sociedade preocupada com seu bem comum e com a sua coesão social procederia, podemos estar certos, de outra maneira. Consideraria o trabalho, os rendimentos [...] e os benefícios até hoje ligados ao trabalho como tantos outros bens que devem ser repartidos entre os seus membros e cuja repartição é construtiva do próprio bem comum. [...]
Vemos bem que o verdadeiro problema de nossas sociedades não é de maneira nenhuma a penúria do trabalho, mas o facto de nos faltar um “modo de partilha convincente”. Esta efectua-se hoje [...] “naturalmente”, através da exclusão do mercado de trabalho das pessoas mais idosas ou mais frágeis, da existência de moratórias cada vez mais prolongadas antes da entrada dos jovens no mercado de trabalho e da forte seletividade deste último: a nossa partilha opera-se através de um despejo na categoria do desemprego [...]
Garantir um igual acesso ao trabalho não é contraditório, muito pelo contrário, com o reequilíbrio das nossas actividades entre esferas diferentes, nem com uma redução do tempo de trabalho [...] É precisamente por se o trabalho que continua, hoje, a dar acesso aos outros bens sociais, incluindo a liberdade real, que deve ser repartido…
MÉDA, Dominique. O trabalho: um valor em vias de extinção. Lisboa: Fim do século, 1999. p. 318-320.


1. Se o trabalho é uma das coisas mais importantes em nossa sociedade, como você responderia as questões que a autora formula?

2. Sendo o trabalho considerado fundamental para a vida em sociedade, por que há tanta falta de empenho de nossos governantes no sentido de desenvolver uma política que seja de inclusão e não de exclusão de grandes parcelas da população?

3. Sabendo que trabalho e construção da cidadania no Brasil são assuntos que andam juntos ao longo da história, a ponto de definir como é nosso entendimento acerca do que é ser cidadão, por que há tanto empenho em precarizar áreas que ofertem trabalho e que oportunizem a construção e vigência da cidadania no Brasil?​

Soluções para a tarefa

Respondido por Matheusieti
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O trabalho é uma construção que não depende exclusivamente do trabalhador, ela parte do empregador e das condições que ele fornece para esse indivíduo trazer lucro para sua empresa.

Nesse sentido, a sociedade capitalista, tendo o Brasil como exemplo, carece de condições para que o trabalhador possa executar suas ações e aprendizados de forma correta, onde temo: Baixos salários, condições ruins, além das condições atuais que se referem a nova reforma, prejudicial para o trabalhador.

Partindo de uma perspectiva social, a função do indivíduo em sociedade, é atuar através de seus direitos e deveres, exercendo assim sua cidadania. 

Deste modo, uma sociedade bem organizada, corresponde aos benefícios do cidadão, bem como suas obrigações, desde o voto, até as críticas do governo, respeitando o espaço comum entre os quais ele habita, e, respeitando os valores éticos e morais, durante e após sua fase de formação educacional. 

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