Geografia, perguntado por rrmotosracing1, 1 ano atrás

todas a possibilidades de reutilização ecologica dos rejeitos produzidos nessas mireraçoes

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Respondido por GilCorrea
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Resposta:

Explicação:

No mundo da mineração, já existem técnicas para reaproveitar os rejeitos e dispensar a necessidade de barragens. Mas Brumadinho era um projeto antigo e completamente ultrapassado.  

As tragédias de Brumadinho e Mariana provocam indignação e perguntas. Esse é o custo da mineração? Não há tecnologia que possa tornar a atividade mais segura?  

As barragens que se romperam nas duas regiões eram do mesmo tipo: alteamento a montante - mais barato e considerado ultrapassado pelos especialistas. O modelo já foi proibido no Chile e tem sido menos usado na Europa e nos Estado Unidos.  

“Eu acho que está na hora de proibir no sentido de que a prática tem mostrado para a gente que, por mais que tente se fazer bem essas barragens e monitorar, tem muitas variáveis que a engenharia ainda não está marcando”, diz Maria Eugênia, da professora de engenharia técnica da USP.  

Há outros modelos considerados muito mais seguros. Por exemplo, o empilhamento a seco. Os rejeitos passam por técnicas para a retirada da água, ficam mais sólidos e são depositados em áreas protegidas por diques.  

Na barragem de alteamento a jusante, a fundação é no terreno natural, firme. No método alteamento a montante, a fundação é menos resistente porque a barragem vai crescendo em cima dos próprios rejeitos, dentro do reservatório, com paredes em degraus que vão subindo para dentro. No alteamento a jusante, a barragem cresce com degraus para fora, e isso dá mais estabilidade, permite a compactação desses degraus e a instalação de filtros e drenos.  

O alteamento a jusante pode custar até três vezes mais para as companhias de mineração. “Normalmente, as barragens são construídas pelo método de montante justamente pelo aspecto econômico. Elas são, realmente, barragens que trazem muito mais risco de ruptura do que as barragens de jusante. Eu acho mesmo uma temeridade que continua a se construir barragens, porque, mesmo bem planejadas, projetadas, operadas, monitoradas, ainda assim elas contêm um risco muito grande”, afirma Maria Eugênia.  

A Vale afirma que as barragens a montante são de construção antiga e se comprometeu a investir em segurança. “A Vale vai incluir um investimento bastante grande para fazer frente a essas barragens que a empresa, já há muito tempo, muitos e muitos anos, não constrói barragens com essa tecnologia”, afirma Luciano Siani, diretor-executivo de Finanças da Vale.  

A tecnologia já avançou a ponto de criar a mineração a seco, sem uso de água e barragens. A própria Vale afirma que, no Norte do país, 80% da produção é assim. Em Minas Gerais, a companhia diz que ampliou de 20% em 2016 para 32% em 2018 o processamento a seco.  

“A gente tem que pensar em alternativas que não usem barragens. O que a gente optou no Brasil, que as empresas optaram no Brasil nos últimos anos, foram megabarragens”, explica o professor do departamento de Geologia da Uerj Luís Jardim Wanderley.  

Não é de hoje que pesquisadores brasileiros estudam formas de acabar com as barragens da mineração. E eles já encontraram maneiras de usar a lama, os rejeitos, em benefício da sociedade.  

Há algumas dessas pesquisas pelo país que começaram antes mesmo do desastre de Mariana. Em uma delas, na Universidade Federal de Minas Gerais, a lama da mineração é transformada em pó e depois em cimento e tijolos. Uma casa de 46 metros quadrados foi construída do piso ao teto com lama da mineração e com custo 30% menor do que o método tradicional.  

Mas o pesquisador diz que até hoje nenhuma empresa se interessou em colocar os resultados em prática. “Eu diria que se nós tivéssemos começado isso em 2012, em 2032 a gente teria aí só 42% dos rejeitos dentro da barragem. Então é uma curva gradativa. Ela não consegue ser da noite para o dia. Da noite para o dia, a gente poderia parar de estocar a lama como a gente estoca. Passar a ter um rejeito drenado, temporário, para diminuir a carga das barragens. Porque nós estamos com cargas extremamente altas”, diz Evandro Moraes da Gama, professor do departamento de Engenharia de Minas.

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