Português, perguntado por geovannacampos725, 6 meses atrás

tipo de verso mais apreciado pelos poetas românticos​

Soluções para a tarefa

Respondido por MilkShake617
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1. Carrego seu Coração Comigo, E. E. Cummings

Carrego seu coração comigo

Eu o carrego no meu coração

Nunca estou sem ele

Onde quer que vá, você vai comigo

E o que quer eu que faça sozinho

Eu faço por você

Não temo meu destino

Você é meu destino, minha doçura

Eu não quero o mundo por mais belo que seja

Porque você é meu mundo, minha verdade.

Eis o grande segredo que ninguém sabe.

Aqui está a raiz da raiz

O broto do broto e o céu do céu

De uma árvore chamada vida

Que cresce mais que a alma pode esperar

ou a mente pode esconder

E esse é o prodígio que mantém

as estrelas à distância.

Eu carrego seu coração comigo

Eu o carrego no meu coração.

2. Soneto do Amor Total, Vinicius de Moraes

Amo-te tanto, meu amor… não cante

O humano coração com mais verdade…

Amo-te como amigo e como amante

Numa sempre diversa realidade

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,

E te amo além, presente na saudade.

Amo-te, enfim, com grande liberdade

Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,

De um amor sem mistério e sem virtude

Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito e amiúde,

É que um dia em ter corpo de repente

Hei de morrer de amar mais do que pude.

3. Fanatismo, Florbela Espanca

Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida.

Meus olhos andam cegos de te ver.

Não és sequer razão do meu viver

Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...

Passo no mundo, meu Amor, a ler

No mist'rioso livro do teu ser

A mesma história tantas vezes lida!...

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."

Quando me dizem isto, toda a graça

Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:

"Ah! podem voar mundos, morrer astros,

Que tu és como Deus: princípio e fim!..."

4. Soneto XI, Pablo Neruda

Tenho fome de tua boca, de tua voz, de teu pelo,

e pelas ruas vou sem nutrir-me, calado,

não me sustenta o pão, a aurora me desequilibra,

busco o som líquido de teus pés no dia.

Estou faminto de teu riso resvalado,

de tuas mãos cor de furioso celeiro,

tenho fome da pálida pedra de tuas unhas,

quero comer tua pele como uma intacta amêndoa.

Quero comer o raio queimado de tua beleza,

o nariz soberano do arrogante rosto,

quero comer a sombra fugaz de tuas pestanas

e faminto venho e vou olfateando o crepúsculo

buscando-te, buscando teu coração ardente

como um puma na solidão de Quitratúe.

5. De Longe te Hei-de Amar, Cecília Meireles

De longe te hei-de amar

– da tranquila distância

em que o amor é saudade

e o desejo, constância.

Do divino lugar

onde o bem da existência

é ser eternidade

e parecer ausência.

Quem precisa explicar

o momento e a fragrância

da Rosa, que persuade

sem nenhuma arrogância?

E, no fundo do mar,

a Estrela, sem violência,

cumpre a sua verdade,

alheia à transparência.

6. Ora direis ouvir estrelas, Olavo Bilac

“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo

Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,

Que, para ouvi-las, muita vez desperto

E abro as janelas, pálido de espanto…

E conversamos toda a noite, enquanto

A Via Láctea, como um pálio aberto,

Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,

Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: “Tresloucado amigo!

Que conversas com elas? Que sentido

Tem o que dizem, quando estão contigo?”

E eu vos direi: “Amai para entendê-las!

Pois só quem ama pode ter ouvido

Capaz de ouvir e de entender estrelas.”

7. Poema, Mário Cesariny

Tu estás em mim como eu estive no berço

como a árvore sob a sua crosta

como o navio no fundo do mar

8. Para Atravessar Contigo o Deserto do Mundo, Sophia de Mello Breyner

Para atravessar contigo o deserto do mundo

Para enfrentarmos juntos o terror da morte

Para ver a verdade para perder o medo

Ao lado dos teus passos caminhei

Por ti deixei meu reino meu segredo

Minha rápida noite meu silêncio

Minha pérola redonda e seu oriente

Meu espelho minha vida minha imagem

E abandonei os jardins do paraíso

Cá fora à luz sem véu do dia duro

Sem os espelhos vi que estava nua

E ao descampado se chamava tempo

Por isso com teus gestos me vestiste

E aprendi a viver em pleno vento

9. Vigilantes Noturnos, Mario Quintana

Os que fazem amor não estão fazendo apenas amor, estão dando corda ao relógio do mundo.

10. Os Amantes Sem Dinheiro, Eugénio de Andrade

Tinham o rosto aberto a quem passava.

Tinham lendas e mitos

e frio no coração.

Tinham jardins onde a lua passeava

de mãos dadas com a água

e um anjo de pedra por irmão.

Tinham como toda a gente

o milagre de cada dia

escorrendo pelos telhados;

e olhos de oiro

onde ardiam

os sonhos mais tresmalhados.

Tinham fome e sede como os bichos,

e silêncio

à roda dos seus passos.

Mas a cada gesto que faziam

um pássaro nascia dos seus dedos

e deslumbrado penetrava nos espaços.


MilkShake617: Tem 18, quer todos?
geovannacampos725: quero
MilkShake617: Certo
MilkShake617: Ficou muito grande colocar as 18, então só deu 10
MilkShake617: Se puder colocar como melhor resposta:)
geovannacampos725: obrigadaaaa
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