texto : Um sorriso
Termos ligados à cultura eletrônica e digital (como “selfie”, em 2013) já vinham obtendo a preferência dos lexicógrafos encarregados de escolher a palavra do ano para os dicionários Oxford, numa prática iniciada em 2004.
A novidade de 2015 – talvez motivada pela competição com outras listas similares – é que, pela primeira vez, não se escolheu um signo verbal como palavra do ano.
Em razão de sua popularidade, seu ineditismo ou mesmo sua expressividade, consagrou-se neste ano um emoji – um daqueles pequenos ícones, às vezes rostos, usados nas comunicações por celular ou computador.
No caso, elegeu-se a expressão de alguém derramando lágrimas de tanto rir. Terá sido a mais utilizada dentre todos os símbolos e variedades faciais que se encontram ao alcance dos dedos do usuário.
Não se dirá com isso que se aproxima o definitivo colapso das formas tradicionais de expressão verbal, num mundo cada vez mais impaciente da sintaxe e adepto dos confortos da visualidade imediata.
Interjeições, expressões faciais e gestos de mão sempre fizeram parte dos recursos comunicativos do ser humano. A maior sofisticação da linguagem escrita talvez se tenha originado, em parte, das lacunas de comunicação que se podem experimentar nas situações de que está ausente o contato face a face.
Obviamente, nenhum emoji substituirá a palavra escrita na exposição de argumentos mais longos e sutis. Ainda assim, nada impede que, no futuro, combinações cada vez mais complexas desses pequenos ícones possam organizar-se nas mensagens.
Já é corrente na internet o jogo de “traduzir” em ícones o título de algum filme famoso; por que não pensar em ambiguidades de emoção e colisões inovadoras de sentido a partir desses sinais?
Estaríamos, nessa hipótese, experimentando curiosa volta ao universo dos hieróglifos, reinventando quem sabe a origem da escrita iconográfica da China e do Japão.
O tempo da cultura, todavia, é mais lento que o da técnica: as décadas ou séculos que transcorreriam até a plena codificação de uma ampla simbologia visual provavelmente registrarão a obsolescência dos próprios aparelhos que lhe deram a oportunidade de surgir.
1: Obviamente, nenhum emoji substituirá a palavra escrita na exposição de argumentos mais longos e sutis -, qual o seu posicionamento?
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Resposta:
como funcionava essa política do "panem et circenses" no Império Romano. *
Explicação:
como funcionava essa política do "panem et circenses" no Império Romano. *
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