Texto para a questão.
Os ombros suportam o mundo
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
preferiram (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.
ANDRADE, Carlos Drummond. Obras completas. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967. p. 110-111.
(FMP-RJ) — No poema, depois de refletir sobre o tempo presente, o eu lírico constata que é preciso
A
suportar com resignação as dificuldades da vida, sem enganar a si mesmo.
B
procurar conviver com os amigos, porque eles são importantes na nossa vida.
C
enfrentar com coragem o isolamento, já que ele impede a realização pessoal.
D
esperar com paciência a velhice para usufruir as experiências acumuladas.
E
lutar contra as dificuldades do dia a dia para poder viver com tranquilidade.
Soluções para a tarefa
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Resposta:
Resposta A
Explicação:
A afirmação da alternativa A condiz com a conclusão do poema, em que o eu lírico afirma que “Chegou um tempo em que não adianta morrer. / Chegou um tempo em que a vida é uma ordem. / A vida apenas, sem mistificação”.
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