Texto II
ao
Garcia tinha-se chegado
cadáver, levantara o lenço e contemplara
por alguns instantes as feições defuntas.
Depois, como se a morte espiritualizasse
tudo, inclinou-se e beijou-a na testa. Foi
nesse momento que Fortunato chegou à
porta. Estacou assombrado; não podia ser
o beijo da amizade, podia ser o epilogo de
um livro adúltero [...].
Entretanto, Garcia inclinou-se
ainda para beijar outra vez o cadáver, mas
então não pôde mais. O beijo rebentou em
soluços, e os olhos não puderam conter as
lágrimas, que vieram em borbotões,
lágrimas de amor calado, e irremediável
desespero. Fortunato, à porta onde ficara,
saboreou tranquilo essa explosão de dor
moral que foi longa, muito longa,
deliciosamente longa.
4- No fragmento, o narrador adota um
ponto de
vista que acompanha
perspectiva de Fortunato. O que singulariza
esse procedimento narrativo é o registro
do(a):
a) indignação face à suspeita do adultério da esposa.
b) tristeza compartilhada pela perda da mulher amada.
c) espanto diante da demonstração de afeto de Garcia.
d) prazer da personagem em relação ao sofrimento alheio.
e) superação do ciúme pela comoção decorrente da morte.
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19
Letra D
prazer da personagem em relação ao sofrimento alheio
prazer da personagem em relação ao sofrimento alheio
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