Texto I Não se conformou: devia haver engano. (...) Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se des- cobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria? O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fa- zenda. Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não. Graciliano Ramos. Vidas secas. 91a Record, 2003. 26. No fragmento transcrito, o padrão formal da lingua- gem convive com marcas de regionalismo e de colo- quialismo no vocabulário. Sobre o excerto, pode-se inferir que a) a forma verbal "amunhecou" não pertence ao padrão formal da Língua; por isso, apresenta va- riação incompatível com a estrutura mórfica ver- bal culta. b) a forma verbal "amunhecou" não traz elemen- tos que identifiquem a que conjugação ela per- tença. c) na expressão "de mão beijada", o elemento su- blinhado apresenta-se com valor de adjetivo. d) prevalece o pretérito imperfeito por registrar ações que têm continuidade no passado. e) em "não era preciso barulho", ocorre bal com sentido de certeza.
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Letra a.
Com a presença do termo "amunhecou", pode-se notar a utilização de termos inerentes ao coloquialismo da língua portuguesa, e por isso, evidentemente, não pode ser associada à língua formal.
Entretanto, é importante que não desqualifiquemos tal forma verbal, sendo essa uma forma de comunicação que apresenta fatores inerentes à especificidades regionais ou locais, por exemplo. Principalmente, em se tratando de uma obra de Graciliano Ramos.
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