TEXTO I - Canção do exílio
"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."
DIAS, Gonçalves. Canção do exílio. Disponível em: . Acesso em: set. 2021.
TEXTO II - Canto de regresso à Pátria
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase tem mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo.
ANDRADE, Oswald. Canto de regresso à pátria. Disponível em: . Acesso em: set. 2021.
A intertextualidade manifesta-se de vários modos e pode se referir aos textos que apresentam, integral ou parcialmente, partes semelhantes ou idênticas de outros textos produzidos anteriormente. Essa relação intertextual pode ser utilizada para ampliação do mesmo tema do texto referência ou para propor uma perspectiva crítica de leitura. Tomando como base a afirmação, em relação ao texto I, o texto II é
a) uma paródia, por manter a visão ufanística da pátria presente no poema de Gonçalves Dias.
b) uma paráfrase, por manter a preocupação com o progresso da pátria presente no poema de Gonçalves Dias.
c) uma paródia, por romper com o tema do nacionalismo ufanista presente no poema de Gonçalves Dias.
d) uma paráfrase, por romper com a abordagem crítica sobre a pátria presente no poema de Gonçalves Dias.
e) uma paráfrase, porque questiona a beleza da pátria conforme exaltada pelo poema de Gonçalves Dias.
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Em relação ao texto I, o texto II é:
c) uma paródia, por romper com o tema do nacionalismo ufanista presente no poema de Gonçalves Dias.
Explicação:
O poema "Canto de regresso à Pátria", de Oswald de Andrade, apresenta intertextualidade com "Canção do Exílio", de Gonçalves Dias.
O texto II retoma o texto I, mas distorcendo a visão ufanista presente neste, pois o poema modernista retrata a pátria com uma visão crítica e sem idealizações. Há um nacionalismo crítico, como fica claro em "Minha terra tem palmares" (referência ao Quilombo dos Palmares e, consequentemente, à escravidão).
Por isso, pode-se afirmar que o texto II é uma paródia, por remeter a outro texto, mas modificando sua ideia central.
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