Texto I: A letra a seguir pertence à canção de James Brown, “Say it loud”:
Say it Loud (I’m Black and I’m proud) - 1968
Diga Alto, Sou Negro e Tenho Orgulho
Agora, procuramos uma chance de fazer as coisas para nós mesmos
Estamos cansados de bater a cabeça contra a parede
E trabalhando para qualquer um
Somos pessoas, somos como os pássaros e as abelhas
Preferimos morrer em nossos pés
Que viver de joelhos
Diga alto, sou negro e tenho orgulho
Disponível em: . Acesso em: 20 nov. 2018.
Texto II:
Cabelo Black Power
Rachel Quintiliano
Quando eu vejo um cabelo black power na rua essas são as três palavras que logo veem na minha cabeça: resistência, empoderamento e estética.
Em uma sociedade extremamente racista, como é o caso da brasileira, uma cabeleira black power, além de linda e esteticamente muito interessante, para mim, é um ato político, um ato de resistência.
Kathleen Cleaver, professora, advogada, escritora, ativista e membro do partido político Panteras Negras, disse certa vez, há mais de trinta anos, que usar o cabelo natural estava abrindo a possibilidade de uma nova consciência entre o povo negro, inclusive a consciência de que sua própria aparência é bonita e do poder que isso tem.
Ela queria dizer com isso que a comunidade negra estava se libertando de padrões culturais brancos e assumindo que também poderia ser linda com seus próprios cabelos, tom de pele e identidade étnico-racial.
Óbvio que respeito a decisão de cada um e confesso que por diversas vezes na minha vida usei o meu cabelo liso. O problema é que na maioria das vezes, alisava
porque queria ser esteticamente aceita e não por uma simples liberdade de escolha. Hoje é completamente diferente. Sei que posso usar meu cabelo como bem quiser: liso, crespo, cacheado, colorido, trançado.
Mas, mesmo assim, ahhh... bate aquela alegria quando vejo homens e mulheres desfilando por aí lindas cabeleiras crespas e com muito volume. Primeiro, porque não é modinha nem tendência. É vanguarda, estética, cultura negra, resistência, empoderamento e liberdade de escolha. Disponível em: . Acesso em: 20 nov. 2018.
A partir dos fragmentos apresentados e da história da luta pelos direitos civis dos negros nos EUA é correto afirmar que:
Escolha uma:
a.
Ao afirmar que o cabelo Black Power “É vanguarda, estética, cultura negra, resistência, empoderamento e liberdade de escolha”, a autora do texto questiona os princípios da não violência propostos por Martin Luther King Jr.
b.
A ideia de um “orgulho negro” é tão racista quanto a noção de um “orgulho branco”, já que, depois da abolição da escravidão nos EUA, todos os cidadãos são iguais.
c.
A ideia da canção e da fala de Kathleen Cleaver é de uma superioridade do povo negro estadunidense diante da população branca que habitava aquela sociedade.
d.
Kathleen Cleaver defendeu, como militante dos Panteras Negras, que o cerne da mensagem política do movimento era estético, reforçando para o negro que sua “própria aparência é bonita e do poder que isso tem”.
e.
A ideia de um “orgulho negro”, presente na canção ou no cabelo “black power”, é um dos elementos culturais presentes no contexto da luta dos negros estadunidenses dos anos 1960
Soluções para a tarefa
É correta a alternativa E.
O "orgulho negro", presente nas duas situações, é uma maneira de resistir àquilo que a população afro-americana percebe como uma tentativa de diminuição de seus direitos e da própria humanidade dos negros, de modo que valorizam aquilo que é culturalmente negro como uma forma de valorizar o próprio negro na sociedade.
A luta pelos direitos civis, que teve entre seus expoentes o Partido dos Panteras Negras, o Reverendo Dr. Martin Luther King, Malcolm X e tantos outros foi uma das mais importantes questões políticas americanas do século passado.
RESPOSTA: A ideia de um “orgulho negro”, presente na canção ou no cabelo “black power”, é um dos elementos culturais presentes no contexto da luta dos negros estadunidenses dos anos 1960.