Texto de Como vivia as pessoas na comunidade de canudos
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Cotidiano de Canudos
O jornalista Manoel Benício, responsável por um dos mais importantes testemunhos sobre o cotidiano de Canudos, nos apresenta uma comunidade em constante atividade, e onde todas as pessoas, independentemente do gênero e da idade, tinham os seus próprios afazeres: “As mulheres [diz ele] não estavam inativas”. Elas trabalhavam, entre outras coisas, no fabrico da farinha e na preparação do sal que era usado para o tempero e para suprir os diversos curtumes que ali existiam. “As moças [continua o autor de “O Rei dos Jagunços”] fabricavam redes de crauá, indo buscar nas caatingas feixes destas bromélias de que tiravam as fibras da casca verde, pilando-as e deitando-as em seguida no sol para as enxugar (...) Enquanto isto, o malho dos ferreiros batendo nas bigornas e zunindo como um grito de araponga anunciava que não havia falta de foice, faca, chuchos, machados, etc. no arraial (...) Metade das crianças banhava-se no rio, outra caçava a bodoque, besta e arcos, armando arapucas, mondéis e quixós nas caatingas para apanharem caça”.
Os sertanejos reunidos em Canudos eram, na sua grande maioria, trabalhadores rurais que acabavam de fugir das grandes fazendas da região, onde eram historicamente vítimas do latifúndio e da escravização. Esses trabalhadores, por sua vez, se constituíam, de modo expressivo, de índios provenientes de tribos que habitavam o entorno do Belo Monte, como os Kiriris de Mirandela, os Caimbés de Massacará e os Tuxá de Rodelas, além de negros ex-escravos que, mesmo depois da lei áurea, continuavam explorados pelos fazendeiros do sertão. José Calasans, a propósito, chega a classificar Canudos como “o nosso último quilombo”. Acossada pela miséria e pela dominação dos senhores da terra, essa gente encontrava em Canudos, a Canaã Prometida. Daí o mito da terra onde “há rios de leite e barrancas de cuscuz”.
Com uma população, cujas estimativas oscilam entre 10 e 30 mil almas, a comunidade conselheirista era unida e reunida em torno da prática da solidariedade. Prática que, aliás, sempre esteve presente na vida do povo sertanejo. Ali não havia miseráveis, pois cada um recebia conforme a sua necessidade. Além de contar com as coletas que eram levantadas na região por grupos de canudenses, as pessoas podiam, ainda, usufruir livremente das terras que a outros pertenciam realizando, assim, os seus roçados e fazendo as suas plantações.
O jornalista Manoel Benício, responsável por um dos mais importantes testemunhos sobre o cotidiano de Canudos, nos apresenta uma comunidade em constante atividade, e onde todas as pessoas, independentemente do gênero e da idade, tinham os seus próprios afazeres: “As mulheres [diz ele] não estavam inativas”. Elas trabalhavam, entre outras coisas, no fabrico da farinha e na preparação do sal que era usado para o tempero e para suprir os diversos curtumes que ali existiam. “As moças [continua o autor de “O Rei dos Jagunços”] fabricavam redes de crauá, indo buscar nas caatingas feixes destas bromélias de que tiravam as fibras da casca verde, pilando-as e deitando-as em seguida no sol para as enxugar (...) Enquanto isto, o malho dos ferreiros batendo nas bigornas e zunindo como um grito de araponga anunciava que não havia falta de foice, faca, chuchos, machados, etc. no arraial (...) Metade das crianças banhava-se no rio, outra caçava a bodoque, besta e arcos, armando arapucas, mondéis e quixós nas caatingas para apanharem caça”.
Os sertanejos reunidos em Canudos eram, na sua grande maioria, trabalhadores rurais que acabavam de fugir das grandes fazendas da região, onde eram historicamente vítimas do latifúndio e da escravização. Esses trabalhadores, por sua vez, se constituíam, de modo expressivo, de índios provenientes de tribos que habitavam o entorno do Belo Monte, como os Kiriris de Mirandela, os Caimbés de Massacará e os Tuxá de Rodelas, além de negros ex-escravos que, mesmo depois da lei áurea, continuavam explorados pelos fazendeiros do sertão. José Calasans, a propósito, chega a classificar Canudos como “o nosso último quilombo”. Acossada pela miséria e pela dominação dos senhores da terra, essa gente encontrava em Canudos, a Canaã Prometida. Daí o mito da terra onde “há rios de leite e barrancas de cuscuz”.
Com uma população, cujas estimativas oscilam entre 10 e 30 mil almas, a comunidade conselheirista era unida e reunida em torno da prática da solidariedade. Prática que, aliás, sempre esteve presente na vida do povo sertanejo. Ali não havia miseráveis, pois cada um recebia conforme a sua necessidade. Além de contar com as coletas que eram levantadas na região por grupos de canudenses, as pessoas podiam, ainda, usufruir livremente das terras que a outros pertenciam realizando, assim, os seus roçados e fazendo as suas plantações.
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