Texto complementar da Semana 1 do Plano de Estudo Tutorado (PET) com o tema - América e África: geopolítica e relações internacionais.
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Resposta:
‘Dilemas, conflitos e perspectivas geopolíticas na África e na América Latina’ foi o tema do 5º Seminário Virtual da Rede Internacional de Educação de Técnicos em Saúde, realizado no dia 24 de outubro, na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz).
As articulações são regionais”, disse ele, acrescentando que geopolítica se faz sempre observando o futuro, mas com o olho no passado, conhecendo a nossa história e sabendo dos dramas do presente: “Mas tendo um horizonte de futuro, um horizonte utópico, mas uma utopia realizável, uma pátria grande, unida, soberana”, disse o professor.
Lembrando de diversas revoluções que ocorreram ao longo da história, como a chinesa, cubana, americana, francesa e inglesa, cada uma com suas características e objetivos diversos, o professor afirmou que é preciso pensar a revolução brasileira.
“Desde 2014, a China ultrapassou a economia dos Estados Unidos e, neste momento, há uma enorme agressividade dos americanos em relação a toda essa periferia da qual fazemos parte porque está em jogo o futuro do predomínio e do domínio americano em nível internacional”, disse a professora, lembrando que, desde 2005, China e a Rússia iniciaram uma aliança estratégica, com a realização de manobras militares conjuntas e, a partir daí, inúmeras cooperações econômicas, culturais e militares.
“E a Europa, que está, há muitos anos, procurando sua identidade e um lugar ao sol, pode se associar nas próximas décadas mais abertamente ao grande projeto da China, fazendo uma interação euro-asiática”, completou ela.
professora também ressaltou a questão da nova ordem informativa internacional, na qual, segundo ela, os meios de comunicação distorcem as relações internacionais, enquanto os fluxos informativos continuam a ser criados pelo hemisfério norte, enviesando a visão global a partir dessa ótica.
Estamos sentindo o que é ter uma imagem absolutamente distorcida da realidade, por uma mídia que esta reproduzindo a agenda dos países centrais e dedicada a destruir qualquer possibilidade de um projeto autônomo dos nossos países periféricos”, disse ela, acrescentando que à questão dos meios de comunicação tradicionais tem que se acrescentar as redes sociais: “Somente agora, no Brasil, começamos a perceber o quanto os setores conservadores tinham desenvolvido ferramentas para a utilização das redes sociais de forma profissional.
“Antes, a história da África era escrita pelo colonizador e começava apenas com a chegada do colonizador”, disse a professora, acrescentando que, certa vez, uma de suas alunas fez a observação de que os livros didáticos no Brasil também começam a contar a história de nosso país a partir da chegada dos portugueses.
“Nesta eleição, muitos caciques da política não foram reeleitos, nem seus filhos, mas, por outro lado, foi uma ‘renovação’ conservadora, com o chamado Congresso BBBB, do boi, da bala, do banco e da bíblia, que hoje tem ampla maioria”, disse ela, lembrando que um dos desafios desse novo congresso é a Emenda Constitucional 95, a PEC do teto dos gastos, que compromete investimentos em áreas importantes como saúde e educação.
“Temos que entender o que está acontecendo na sociedade brasileira hoje e nos armar com instrumentos de luta para enfrentar, voltar às bases, combater o analfabetismo político e apostar em abrir a cabeça para pensar a partir desses novos lugares, sem abandonar esse processo histórico que nos trouxe até aqui”, concluiu a coordenadora do Pacs.
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