Texto-base:
“Em tudo que é contínuo e divisível pode-se tomar mais, menos ou uma quantidade igual, e isso quer em termos da própria coisa, quer relativamente a nós; e o igual é um meio-termo entre o excesso e a falta. Por meio-termo no objeto entendo aquilo que é eqüidistante de ambos os extremos, e que é um só e o mesmo para todos os homens; e por meio-termo relativamente a nós, o que não é nem demasiado nem demasiadamente pouco — e este não é um só e o mesmo para todos”
(ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de António de Castro Caeiro. São Paulo: Editora Atlas, 2009. Pp. 109-110)
Enunciado:
Assinale a alternativa que marca, na perspectiva Aristotélica, uma virtude e o vício correspondente relacionado ao excesso desta:
Alternativas:
A - Coragem e temeridade
B - Temperança e insensibilidade
C - Reciprocidade e covardia
D - Saúde e ganância
E - Despudor e candura
#simuladoENEM2021
Soluções para a tarefa
Letra A é a alternativa correta, já que Aristóteles identifica a coragem como o meio termo entre a covardia, que seria uma falta muito grande de coragem, e a temeridade, um “excesso” de valentia tão grande que a torna um vício, de modo que ao selecionar essa alternativa o aluno demonstra compreender o conceito de virtude em Aristóteles e as suas relações adequadas entre excesso e falta.
B é falsa, pois Aristóteles aponta a intemperança, e não a insensibilidade, como o excesso da temperança, enquanto que a insensibilidade seria a falta absoluta de temperança e a recusa total ao prazer.
C é falsa, pois Aristóteles não considera a Reciprocidade como uma virtude, mas sim como uma falsa noção do que seria a natureza da justiça.
D é falsa, pois a Saúde não é apontada por Aristóteles como uma virtude, mas sim como um bem em si mesmo, que não admite nem excesso, nem falta.
E é falsa, pois Aristóteles aponta o Despudor como um mal em si mesmo, e como tal também não admite nem excessos, nem faltas, sendo em toda e qualquer ocasião algo reprovável.
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Aristóteles, na obra "Ética a Nicômaco", pergunta-se sobre a finalidade das ações humanas e quais atos levam o homem à eudaimonia, isto é, felicidade (A).
Para o filósofo, o justo meio, mediania ou justa medida diz repeito à prática de virtudes e vícios. Caso o indivíduo, por exemplo, viva sem generosidade alguma, ele é avarento. Caso ele tenha muita generosidade e acabe nem pensando em si mesmo, ele é extravagante.
O ideia, para Aristóteles, é que o sujeito viva na mediania entre ser avarento e ser extravagante, sendo assim generoso.
Aristóteles indaga os cidadãos da pólis grega o que é felicidade para essas pessoas. Alguns respondem que a felicidade está nos prazeres (comer bem, dormir bem), outros dizem que a felicidade consiste na honra, pois o homem é feliz quando é reconhecimento e famoso na cidade. Para outros, ainda, a felicidade está na riqueza, no dinheiro.
Aristóteles, ao refletir sobre o que seja a felicidade na essência, diz que a boa vida consiste em agir para o bem.
Com isso, o homem só é feliz quando está direcionado ao bem e às ações corretas e justas. A riqueza, os prazeres e a honra são caminhos para se chegar à felicidade, porque a riqueza acaba, os prazeres podem corromper o homem e a honra depende de outro para se instalar.
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