TEXTO 1 - O livro como fresta é certo que um livro quando se deságua a tinta negra de suas páginas além de suas quatro margens um rio que escorre letras metáforas que rompem diques pelo postigo de quem escreve tudo – olhos, sóis, lentes – na vigília, nas insônias: o universo às escâncaras além, nos telescópios tudo o que a vista desalcança – os minimundos vazios – diante de uma veneziana entreaberta PEREIRA, Luís Araujo. Minigrafias. Goiânia: Cânone, 2009. p. 19. TEXTO 2 Livros de biblioteca instalada em favela inspiram músicas. Anderson Aparecido Bandeira da Silva, 16, ficou conhecido no Jardim Panorama, favela da zona oeste de São Paulo bem ao lado do shopping Cidade Jardim, por seus raps, que tratavam, quase sempre, da violência. A fonte de inspiração do garoto apelidado MC Guri, no entanto, mudou completamente há cerca de um ano, quando ele passou a frequentar a biblioteca comunitária da região onde mora. A partir da leitura de um livro cujo tema central é a lembrança – ironia: ele não se lembra do nome do livro –, fez uma música para três pessoas queridas que perdeu. Em casa, MC Guri não tem nenhum livro de leitura, "só os que usa para a escola". Mas sua presença na biblioteca comunitária é assídua. Tudo para manter fresco o novo repertório que apresenta em shows feitos em comunidade pobres da região. Os versos de MC Guri, que está no 9o ano do ensino fundamental, passaram de "E olha o Panô aí de novo / botando a chapa quente" para "A favela não é a mesma / se liga no meu papo / porque se foram embora / Paulinho, Kevin e Renato" – estes últimos versos são da primeira música sob a influência dos livros, em homenagem a três vizinhos que morreram, um deles por culpa da dengue. Os quadrinhos foram a porta de entrada de MC Guri para a literatura. Depois, vieram os livros de aventura. Hoje, ele lê até poesias. Além da mudança de tom das letras, houve ainda uma mudança no ritmo. MC Guri trocou a batida do rap pela do funk, para combinar mais com a sua nova fase. Os Textos 1 e 2 aproximam-se quanto à temática abordada. A esse respeito, ambos evidenciam que a leitura é: (A) uma habilidade que exige formação técnica apurada, adquirida nos estabelecimentos escolares. (B) um processo de transformação pessoal, que demanda acesso ao conhecimento e às sensações. (C) um recurso para se conseguir ascensão na pirâmide social. (D) uma atividade de decodificação de elementos linguísticos que representam a realidade. (E) uma prática característica das elites intelectuais, estabelecedoras de padrões de comportamento.
Soluções para a tarefa
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Letra b.
Observando o texto, compreende-se que a leitura é essencial para a modificação de realidades, por intermédio de formas diferentes de se observar o mundo em que vivemos.
Assim, o conhecimento, obtido com as leituras, somado às sensações relacionadas com tal obtenção de conhecimento, contribuem de forma determinante com a transformação pessoal de cada indivíduo envolvido no processo descrito no texto acima.
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