Termo usado para designar empresas agrícolas que processam o que produzem, ou seja, que cultivam a matéria-prima e a industrializam. Por exemplo, a produção de laranja, que será transformada em suco embalado na própria fazenda e transportado para comercialização. Estamos falando da: *
a) Empresa Comercial
b) Indústria Regional
c) Agrocomércio
d) Agroindústria
e) Empresa Camponesa
Soluções para a tarefa
Resposta:
Em 31 de março de 2014, o Tribunal Regional do Trabalho da 15a Região (Campinas-SP) manteve a sentença da Vara do Trabalho de Matão (SP), que condenou empresas produtoras de suco de laranja a somente receberem e processarem laranjas plantadas, cultivadas e colhidas por empregados por elas contratados.
A principal e mais grave consequência da decisão1, caso confirmada no Tribunal Superior do Trabalho, é que os citricultores independentes que fornecem laranja para indústrias somente poderão vender-lhes se estas contratarem os empregados para trabalhar nas propriedades desses agricultores, desde o plantio das árvores até a colheita.
Ao fazer uma breve revisão histórica da produção de laranja2 em São Paulo, particularmente quanto ao comércio e venda da fruta, é possível caracterizar dois grandes períodos, lembrando que, em cada um deles, o deslocamento da produção e, principalmente, das condições de colheita e transporte tiveram importância fundamental na opção pelo sistema adotado no momento de venda da fruta e até mesmo nas decisões de plantar (ou não) o pomar, seja no tamanho, seja nas variedades escolhidas pelos produtores.
Mais restritamente, esses períodos podem ser definidos em: a) até 1962, para suprimento do mercado consumidor nacional e de exportação de fruta fresca e b) a partir de 1963, quando da instalação da primeira fábrica de suco concentrado congelado de laranja em Araraquara (Suconasa, atual Cutrale Citrus), embora já existissem pequenas fábricas para produção de suco conservado e para pectina cítrica.
Cabe ressaltar que a abundância de laranja existente em São Paulo, com pomares formados e em plena produção, propiciou a rápida implantação da indústria cítrica e que seu extraordinário crescimento (atualmente quase 80% da produção de laranja é processada) ocorreu com participação importante do Governo, que ajudou a estruturar o mercado em que a atuação do setor privado pôde ser potencializada, ao contrário do que aconteceu com a cafeicultura (IBC), com a cultura da cana (IAA) e sem administração de preços da laranja, como acontece com outras matérias-primas agropecuárias (preços mínimos para grãos).
- Mercado Atacadista
Muitos atacadistas de frutas frescas, que em significativa proporção são também produtores de citros (laranja, tangerinas e limão), têm optado por encerrarem temporariamente suas atividades comerciais, preferindo vender suas produções para as fábricas de sucos que lhes garantem uma remuneração segura, ao invés de participarem em um mercado no qual diariamente são tomadores de preço e os custos de fretes, mão de obra e aluguel no Entreposto Terminal do Jaguaré (ETJ) CEAGESP são crescentes, além de serem obrigados a dar prazos de pagamento a seus compradores. Ademais, algumas redes de supermercados instalaram packing-houses (barracão de embalagem) próprios.
Ao mesmo tempo, outros atacadistas têm, gradualmente, se afastado dos citricultores, passando a adquirir fruta já colhida pelas fábricas, o que lhes permite comprar na medida da necessidade (romaneio e variedades) e de acordo com a evolução do mercado, sem ter que investir grandes recursos na aquisição de pomares e sem preocupação com turmas de colheita (ou empreiteiros). Ademais, há que contar com pessoas de confiança e/ou da família para gerirem com eficiência seus negócios (nos pomares, no barracão e nas vendas). Por vezes, podem até trocar com as fábricas fruta refugo da seleção de tamanho e aparência (10% a 15%) por frutas de primeira ofertadas por elas, como forma de pagamento (compensação).
Registra-se a fraca presença do sistema associativo na citricultura paulista, seja por cooperativas, consórcios, seja por pools de produtores no fornecimento da matéria--prima no processamento industrial (mesmo em toll-processing), a despeito de algumas experiências com relativo sucesso em certos momentos durante os últimos 50 anos.
- Plantio, Cultivo e Variedades
O desenvolvimento da citricultura paulista foi resultante de investimentos públicos e privados em fatores cruciais, como geração de conhecimentos científicos e difusão de tecnologia na produção agrícola.
Ao longo de toda a história, os citricultores foram sempre livres para plantar (escolhendo espécies e variedades), cultivar e colher, bem como para vender. Jamais foram proibidos de, a seu exclusivo critério, fazerem eles mesmos a colheita e venderem para qualquer comprador.
A cultura de citros exige dedicação e gestão de custos (incluindo mão de obra). Os espaços para improvisações se tornam cada vez menores. Não há como fugir da lei da oferta e da demanda.