Stuart Mill era contrário à escravidão e é considerado, inclusive, um dos primeiros defensores de direitos femininos.
O artigo abaixo foi publicado no jornal Diário da Bahia (Salvador/BA), nos anos finais do período escravocrata, para defender as discussões sobre a abolição. Ideais de bem comum, liberdade e moralidade, os mesmos que regem os princípios utilitaristas defendidos por Mill, atravessam o texto e direcionam os sentidos produzidos. Veja:
“É um erro, é prova manifesta de ignorância das coisas sustentar que a discussão [sobre a abolição] pode impelir os escravos a revoltarem-se contra os senhores.
Os escravos em sua totalidade não sabem ler; vivem presos ao labor diário, fiscalizados por feitores severos, senão cruéis, com certeza não contrairão a febre da liberdade por amor de discussões, cujo fim é agir sobre a alma de homens livres.
Ainda mais; se o escravo soubesse e pudesse ler os livros e artigos que se escrevessem sustentando os seus direitos à liberdade, e se sua inteligência pudesse abranger o alcance deles, em vez de excitar-se, acalmar-se-ia, porque aprenderia a conhecer que muitas vezes suportar uma injustiça é um dever, e no seu caso a revolta, a insurreição seria uma violação das leis divinas e humanas.
É fora de dúvida que entre nós há ainda homens pouco instruídos, espíritos prevenidos não fazem ideia exata do que seja a política e a moral, os quais acreditarão que quando um deputado da tribuna ou um escritor em seu jornal sustentam que a escravidão é uma horrorosa injustiça social, provocam necessariamente os escravos à insurreição.
Mas estes deviam saber que a ninguém hoje é lícito ignorar, isto é, que a insurreição contra o poder civil só pode ser autorizada em um caso único, a saber: quando não há outro meio de obter satisfação e nem outro recurso para melhorar as instituições existentes.
Livros, artigos escritos sob influência desta verdade, se fosse possível fazê-los chegar até os escravos, o que aliás é muito pouco provável, em vez de produzirem excitação, inspirariam paciência e resignação”* (SPARTACO. Aos abolicionistas da Bahia. Diário da Bahia, 18/04/1883).
* O texto foi redigido conforme os atuais padrões ortográficos.
O ideal utilitarista esbarra em um problema: quem decide o que é bom para todos? Ao generalizar o que é “bom”, tratá-lo como um valor universal e invariável, os interesses, demandas e condições de diferentes grupos sociais não são levados em consideração.
Assinale a alternativa que indica corretamente qual grupo social tem decidido “o que é bom para todos” na sociedade capitalista:
Alternativas:
a)
A classe dominada.
b)
A classe dominante.
c)
Os escravos.
d)
As mulheres.
Alternativa assinalada
e)
Os filósofos.
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Resposta:
Letra A, A Classe dominante
Explicação:
A sociedade mesopotâmica era composta sempre por homens livres. Não havia regime de escravidão. A classe dominante controlava a riqueza econômica, a força militar e o saber instituído
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