Sobre o projeto de construção de Brasília, leia:
"[Lúcio Costa] evoca teorias e reflexões de outros - por exemplo, a capital não é apenas uma urbs, mas uma civitas - obrigando o leitor a reconstruir os conteúdos de suas citações e deixando que cada um preencha essas palavras com seus significados preferidos. Chama em causa a independência (evoca desde súbito a figura de José Bonifácio), e reforça as projeções e os orgulhos nacionalistas; evoca a tradição colonizadora do País realizada por meio da implantação de cidades, mas também, e simultaneamente, seu imaginário de predestinação: a cidade é gesto desbravador, nos moldes da tradição colonial, mas logo se tornará um foco de cultura entre os mais lúcidos e sensíveis do país. Estimula a repensar em posturas éticas (o urbanista deve achar-se imbuído de dignidade e de nobreza de intenções) e leva o leitor a raciocinar junto com ele por representações e figuras, imaginários e imaginações; dependendo disto, a solução para o plano piloto estava já pronta: um sinal da cruz."
VIDESOTT, Luísa. Narrativas da construção de Brasília: mídias, fotografias, projetos e história. Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo. 2009, p. 23-24
O texto demonstra que o projeto incluía
A
a negação do período colonial brasileiro.
B
habitações para incluir famílias de baixa renda.
C
a reprodução irrestrita dos valores estadunidenses.
D
elementos da História, da cultura e de valores do Brasil.
E
o desprezo pela colonização e pela ex-metrópole Portugal.
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