Sobre "Memórias póstumas de Brás
Cubas" , capítulo XVII- Do trapézio e outras cousas:
Resuma as características que fazem desse texto uma sátira ao Romantismo, ao mesmo tempo que expressam uma visão sarcástica e desencantada das relações humanas.
Soluções para a tarefa
Respondido por
19
A crítica é bem interessante, com um humor irônico, típico do Machado de Assis. O autor começa abrindo o capítulo contando o motivo porque Marcela o amava: interesse, contrapondo aquela idealização melancólica presente no Romantismo. Se nessa escola literária o amor era visto como puro, inocente, muito além de atração sexual, Machado de Assis, através de Brás Cubas, mostra que na realidade as coisas não são bem assim.
Outra coisa superinteressante de se reparar no capítulo é que, logo após que o pai de Brás descobre o que ele já havia gastado com aquela mulher, diz que irá manda-lo estudar na Europa. Olha que interessante, já que para seu pai ele não estava vivendo as paixões romanescas que todos admiravam, ia ser mandado para a Europa para estudar. No livro, pode-se entender que o pai queria apenas afasta-lo da mulher, mas numa análise mais abrangente, a viagem para a Europa seria como um desejo do pai de restaurar o "romantismo" do seu filho, uma vez que as relações envolvendo dinheiro não eram bem vistas na época, e muito menos alguma literatura que fugia do padrão romântico. Entende? Se Brás Cubas, (assim como Machado), não cabia no estilo da época, a solução rápida seria ir para a Europa para aprender a seguir o estilo romântico.
Podemos constatar outra analogia analisando a frase de Marcela.
"- Não posso, disse ela com ar dolente; não posso ir respirar aqueles ares, enquanto me lembrar de meu pobre pai, morto por Napoleão..."
Olha que tremenda ironia: Napoleão era visto como o salvador Francês, um cara extremamente nacionalista, exaltado por seu povo. E Nacionalismo é uma das características do Romantismo. Ou seja, se na Europa ele é visto como herói romântico, no romance de Machado é visto como vilão, já que matou o pai da Marcela. Portanto, o herói francês foi negado.
Mais um ponto importante: nos romances românticos, geralmente os homens resolviam abdicar das mulheres, pois achavam que não estavam à altura de tamanha perfeição. Neste capítulo, o autor quebra totalmente as expectativas dos leitores da época que gostavam deste tipo de trama: no trecho, Brás Cubas não desiste de Marcela, não abdica de sua paixão. Ao contrário dos mocinhos românticos, Brás chegou a se humilhar para que a moça ficasse e viajasse com ele para a Europa. Machado quis mostrar um amor sem idealizações, no qual quando a pessoa ama, luta por sua amada, sem ficar a desejando de longe, com ternura.
Por fim, a crítica às relações humanas. Assim que Brás arruma um pente de diamantes para lhe dar, Marcela esquece de tudo e aceita viajar com ele. Dessa forma, assim que constatou que o dinheiro do rapaz havia acabado, ela não queria mais saber de nada, nem ao menos aceitou ir pra Europa, mas assim que ganhou o maravilhoso presente, mudou rapidamente de ideia. As relações na época sofrem duras críticas por estarem relacionadas a interesses, traições, aparências. As pessoas estavam mais preocupadas em causar boa impressão, a ser elas mesmas. A crítica é pesada e deu um baque na sociedade da época.
Outra coisa superinteressante de se reparar no capítulo é que, logo após que o pai de Brás descobre o que ele já havia gastado com aquela mulher, diz que irá manda-lo estudar na Europa. Olha que interessante, já que para seu pai ele não estava vivendo as paixões romanescas que todos admiravam, ia ser mandado para a Europa para estudar. No livro, pode-se entender que o pai queria apenas afasta-lo da mulher, mas numa análise mais abrangente, a viagem para a Europa seria como um desejo do pai de restaurar o "romantismo" do seu filho, uma vez que as relações envolvendo dinheiro não eram bem vistas na época, e muito menos alguma literatura que fugia do padrão romântico. Entende? Se Brás Cubas, (assim como Machado), não cabia no estilo da época, a solução rápida seria ir para a Europa para aprender a seguir o estilo romântico.
Podemos constatar outra analogia analisando a frase de Marcela.
"- Não posso, disse ela com ar dolente; não posso ir respirar aqueles ares, enquanto me lembrar de meu pobre pai, morto por Napoleão..."
Olha que tremenda ironia: Napoleão era visto como o salvador Francês, um cara extremamente nacionalista, exaltado por seu povo. E Nacionalismo é uma das características do Romantismo. Ou seja, se na Europa ele é visto como herói romântico, no romance de Machado é visto como vilão, já que matou o pai da Marcela. Portanto, o herói francês foi negado.
Mais um ponto importante: nos romances românticos, geralmente os homens resolviam abdicar das mulheres, pois achavam que não estavam à altura de tamanha perfeição. Neste capítulo, o autor quebra totalmente as expectativas dos leitores da época que gostavam deste tipo de trama: no trecho, Brás Cubas não desiste de Marcela, não abdica de sua paixão. Ao contrário dos mocinhos românticos, Brás chegou a se humilhar para que a moça ficasse e viajasse com ele para a Europa. Machado quis mostrar um amor sem idealizações, no qual quando a pessoa ama, luta por sua amada, sem ficar a desejando de longe, com ternura.
Por fim, a crítica às relações humanas. Assim que Brás arruma um pente de diamantes para lhe dar, Marcela esquece de tudo e aceita viajar com ele. Dessa forma, assim que constatou que o dinheiro do rapaz havia acabado, ela não queria mais saber de nada, nem ao menos aceitou ir pra Europa, mas assim que ganhou o maravilhoso presente, mudou rapidamente de ideia. As relações na época sofrem duras críticas por estarem relacionadas a interesses, traições, aparências. As pessoas estavam mais preocupadas em causar boa impressão, a ser elas mesmas. A crítica é pesada e deu um baque na sociedade da época.
Yukkun:
Muito obrigado
Perguntas interessantes
Matemática,
10 meses atrás
Sociologia,
10 meses atrás
Português,
10 meses atrás
Inglês,
1 ano atrás
Matemática,
1 ano atrás
Português,
1 ano atrás