História, perguntado por nay2020, 1 ano atrás

sobre a roda e o fogo
como a ciencia mudou o destino das coomunidades humanas devido o advento da tecnologia

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Respondido por falarodrigo
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Cara Nay,

O uso do fogo é um recurso conhecido há várias centenas de milhares de anos, talvez milhões de anos, sendo de grande importância para o desenvolvimento cerebral da humanidade, conforme explica a cientista brasileira Suzana Herculano-Houzel (  procurar pela palestra "  TED - Suzana Herculano-Houzel - Uma Ideia Surpreendente Sobre o cérebro humano ").

Nesse sentido, o alimento assado ou cozinhado permite que uma quantidade maior de calorias seja aproveitada da mesma quantidade de alimentos. Desse modo, foi possível o desenvolvimento do cérebro humano, pois esse importante órgão de nosso corpo consome cerca de 20% de toda a energia que consumimos (ah, e essa história de que só usamos 5% do cérebro é lenda. Usamos tudo o que temos.).

No caso de não haver o uso desse importante recursos, o fogo, nossa espécie não haveria desenvolvido a roda, nem o livro, nem cidades, nem uma série de outras características que marcam a civilização atual.

Apesar de ser uma invenção famosa, a roda não foi tão importante assim na história da humanidade quanto a agricultura e a pecuária de espécies extremamente produtivas, especialmente no crescente fértil. Foi interessante em lugares com terrenos planos e uso da força animal.

Para compreender melhor, veja as mudanças entre o paleolítico e o neolítico. No paleolítico, os grupos humanos eram bastante semelhantes ao caçadores-coletores que havia até algumas centenas de anos em algumas partes do mundo (como a Oceania, a América, e África).

As pessoas viviam em grupos de dezenas até algumas poucas centenas de indivíduos, dependendo da caça e pesca (geralmente, efetuada pelos homens) e da coleta de produtos vegetais, como frutas e raízes (atividade normalmente, realizada pelas mulheres). Obviamente, com o tempo, o número de animais de uma região diminuía em virtude dos indivíduos abatidos e dos que fugiam, bem como o número de produtos coletados já não eram mais o mesmo, tornando o local menos produtivo para sustentar a vida desses grupos. Quando isso acontecia, eles mudavam para outras áreas, de modo a, assim, obter mais sucesso com a caça e a coleta. Por isso eles eram nômades.


No neolítico, houve uma série de mudanças importantes com o surgimento da agricultura e da pecuária, tais como o aumento do número de pessoas em cada tribo ou grupo - resultando nas primeiras cidades-, uma maior complexidade política na organização social, o sedentarismo, uma maior preocupação com a propriedade, dentre outros fatores relevantes.

Isso foi, particularmente, verdadeiro no Oriente Médio,  pois havia diversas espécies de plantas e animais nessa região que eram extremamente interessantes em termos de domesticação, devido à rapidez da produção, condições de armazenamento da semente, dentre outras características importantes para os humanos. Elas nasciam tão logo havia umidade, crescendo rapidamente e produzindo logo. Entre elas, o trigo, produto básico do pão. Com as observações e experiências, os humanos aprenderam a armazenar as sementes de trigo em estruturas de barro (silos) , nos quais a água e a umidade não entrava, permitindo a manutenção de uma reserva de alimento durante o ano todo, aproveitando-se os períodos mais favoráveis para o plantio.

Com isso, era possível garantir alimentos por muito tempo, além de alimentar um maior número de pessoas, sem a necessidade de se mudar para outros locais, criando o sedentarismo a partir da agricultura de espécies de plantas e animais domesticados.

Com isso, os grupos dos agricultores e criadores venciam os grupos menores de caçadores e coletores, de maneira que especialmente no Oriente Médio e Europa, dentre outros lugares, os sobreviventes fossem aqueles que adotaram a agricultura e a criação de animais, criando as primeiras cidades e civilizações.

Nesse sentido, o cultivo desses alimentos e a criação de animais foi tão importante que a população humana atual, em sua grande maioria, não apresenta intolerância ao glúten (presente nas farinhas, como a de trigo) e nem a lactose, ao contrário do que ocorria antes. Desse modo, os estudos demonstram que, no paleolítico, a maior parte dos seus humanos eram intolerantes à lactose e ao glúten, ou seja, a importância dos cereais nessas sociedades foi tão grande que a maioria das pessoas são descendentes daqueles que não eram intolerantes ao glúten e puderam aproveitar os benefícios desses alimentos.

Para melhor compreender todo esse processo, sugiro que veja o vídeo " Armas germes e Aço - Saindo do Jardim do Éden  ", encontrado facilmente no you..tube.

Bons estudos!

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