História, perguntado por marcosFeliciano1, 1 ano atrás

sobre a escravidão negra na america portuguesa, é correto dizer que

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Respondido por Kelvensilvacosta
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Presente em diversas civilizações ao longo da história, a escravidão é uma das modalidades mais antigas de exploração do homem pelo homem. No Egito dos faraós, na Grécia Clássica ou no Império Romano, boa parte das atividades produtivas era desenvolvida através do uso de escravos, normalmente obtidos a partir da detenção de inimigos de guerra. Com o passar dos anos, o trabalho escravo pôde ser observado em tantas outras sociedades, adquirindo características específicas de seu tempo.

Tendo chegado à Idade Moderna, a escravidão se caracterizou como a base da economia de muitas regiões. No continente africano, principal fornecedor de escravos do período, aprisionar os inimigos derrotados e explorá-los no cativeiro era prática amplamente utilizada pelas tribos vitoriosas em conflitos locais. A partir de então, muitos desses cativos eram vendidos a comerciantes estrangeiros, sobretudo europeus, gerando um lucrativo tráfico de escravos entre a África e o resto do mundo.

Com a expansão marítima portuguesa e a colonização lusitana sobre o litoral africano, boa parte desse vantajoso comércio de mão de obra escrava passou a ser controlado por negociantes portugueses. Levados sob péssimas condições nos porões dos “navios negreiros”, estes escravos tinham como principal destino as colônias europeias, notadamente aquelas de domínio português, e em que destaque o Brasil.

ESCRAVIDÃO NA AMÉRICA PORTUGUESA
Navio negreiro trazia os escravos para o Brasil (Foto: Reprodução)
Navio negreiro trazia os escravos para o Brasil (Foto: Reprodução)
Os primeiros escravos africanos chegaram ao Brasil em meados no século XVI, poucas décadas após a frota de Pedro Álvares Cabral aportar em nossas terras. Desde então a mão de obra escrava se mostrou fundamental às principais atividades econômicas desenvolvidas na América Portuguesa, como a agromanufatura açucareira nordestina e a extração de metais preciosos em Minas Gerais.

Entretanto, o trabalho escravo não se fazia presente somente nessas grandes atividades. As casas das famílias coloniais mais abastadas, por exemplo, possuíam um bom número de serviçais, os “escravos domésticos”. Havia ainda os “escravos tigres”, cujas obrigações eram de extrema importância em tempos de precário saneamento básico: deveriam levar tonéis cheios de fezes das casas ao local de despejo mais próximo. Por razões óbvias, tais escravos também eram chamados de “enfezados”.

Muitos escravos gozavam de grande confiança de seus senhores. Alguns, inclusive, eram escolhidos para comercializarem seus produtos em lugares distantes do cativeiro. Conhecidos como “escravos de ganho”, circulavam pelas cidades e em outros centros de comércio, exemplificando o relevante grau de autonomia que alguns escravos possuíam.

RESISTÊNCIA ESCRAVA
Pelourinho, em Salvador, lugar de castigo para o escravos (Foto: Reprodução)
Pelourinho, em Salvador, lugar de castigo para o escravos (Foto: Reprodução)
Via de regra, a relação entre senhores e escravos mostrava-se bastante tensa. Não era incomum que muitos cativos resistissem à escravidão. Suicídios coletivos na senzala e abortos provocados propositadamente por mães escravas eram eventos bastante recorrentes. A própria capoeira surgiu como uma criativa forma de resistência cultural dos escravos africanos frente à dominação europeia.

A grande maioria desses escravos rebeldes era castigada violentamente. Seus martírios eram normalmente realizados na frente de outros cativos, estratégia adotada por seus senhores justamente para evitar a ocorrência de novas rebeliões. Interessante perceber que muitos dos algozes desses escravos eram de origem africana, utilizados intencionalmente pelos colonos como carrascos.

SUGESTÃO DE LEITURA
Um dos grandes líderes do quilombo de Palmares, o “Zumbi dos Palmares”, foi assassinado em 20 de novembro 1695 a mando de colonos insatisfeitos com a expansão dessa comunidade quilombola. Em sua homenagem, atualmente comemoramos na data de 20 de novembro o “Dia da Consciência Negra”. Em www.palmares.gov.br você poderá encontrar importantes informações sobre a história desse personagem e do movimento de resistência negra no Brasil.
Outra forma bastante comum de resistência utilizada pelos escravos era a fuga do cativeiro. Aqueles que eram bem-sucedidos normalmente se refugiavam em comunidades clandestinas, os “quilombos”, onde também residiam ex-escravos – os “alforriados” – e trabalhadores livres pobres. Formavam-se, então, comunidades autossuficientes, capazes de produzir, mesmo que ilegalmente, o todo necessário à sobrevivência de seus integrantes.

Palmares foi certamente o maior quilombo existente na América Portuguesa. Localizado na capitania de Pernambuco, alcançou no século XVII o auge do seu desenvolvimento, momento no qual sua população teria atingido o quantitativo de vinte mil quilombolas. Tendo resistido por mais de um século às diversas tentativas de sua destruição, acabou virando um dos grandes símbolos da resistência escrava em terras brasileiras nos tempos coloniais
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