Será na sua convivência com os oprimidos, sabendo também um deles – somente a um nível diferente de percepção da realidade – que poderão compreender as formas de ser e comportar-se dos oprimidos, que refletem, em momentos diversos, a estrutura da dominação. Uma destas, de que já falamos rapidamente, é a dualidade existencial dos oprimidos que, “hospedando” o opressor cuja “sombra” eles “introjetam”, são eles e ao mesmo tempo são o outro. Daí que, quase sempre, enquanto não chegam a localizar o opressor concretamente, como também enquanto não cheguem a ser “consciência para si”, assumam atitudes fatalistas em face da situação concreta de opressão em que estão.
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. p. 67.
TEXTO 2
As ideias de Freire foram implementadas pela primeira vez em programas de alfabetização, mas, com o seu exílio em 1964, desenvolveu seguidores no mundo inteiro e sua influência estendeu-se à escola convencional de educação. O estudioso tem sido uma grande influência para vários educadores contemporâneos. Uma das máximas bem conhecidas é a de que a educação nunca pode ser neutra: ela sempre tem implicações políticas, mesmo que não esteja abordando questões políticas explicitamente
PRADO, F. M. Educação, Direitos Humanos e Cidadania. Maringá: UniCesumar, 2021. p. 119.
Diante dos textos apresentados anteriormente e o conteúdo aprendido no livro da disciplina, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I. Os métodos, os conceitos e as teorias de Paulo Freire promoviam uma educação libertadora, não se limitando à alfabetização de seus alunos no idioma, mas, também, por meio do pensamento crítico em relação às políticas.
PORQUE
II. Os seres humanos precisam chegar à consciência de sua opressão, apenas dessa forma poderão lutar por sua liberdade, seja de qual limitação, opressão ou regime for. Caso contrário, nossa natureza pode acabar por entender que a opressão e pobreza são destinos inevitáveis.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
Alternativas
Alternativa 1:
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.
Alternativa 2:
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.
Alternativa 3:
A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
Alternativa 4:
A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
Alternativa 5:
As asserções I e II são proposições falsas.
Questão 3 de 10
Soluções para a tarefa
Explicação:
Alternativa 2:
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.
A resposta certa é a alternativa 1 (As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I). A pedagogia do oprimido, desenvolvida por Paulo Freire, foi um marco na educação, porque enxergou, e botou em prática, a educação como “ferramenta” para libertar os oprimidos de sua opressão.
O que é a pedagogia do oprimido, de Paulo Freire?
Para o pedagogo, filósofo e escritor Paulo Freire (1921-1997), a educação tradicional mantinha o poder nas mãos dos poderosos. Os oprimidos continuavam oprimidos. Os professores viam os alunos como meros recipientes passivos para aquilo que ensinavam.
Freire acreditava que, para libertar os oprimidos de sua opressão, era preciso educá-los de modo diferente. Era necessária uma educação que trabalhasse a consciência política do oprimido. Só assim, ele poderia lutar para superar desigualdades sociais e condições de opressão social. Caso contrário, entenderia opressão e pobreza como destinos inevitáveis.
A partir daí, Freire desenvolveu métodos, conceitos e teorias para promover uma educação libertadora, que ia além de alfabetizar alunos.
A educação libertadora tinha o objetivo de estimular o pensamento crítico e político dos alunos e o diálogo e a cooperação entre alunos e professores, encarados como facilitadores do processo de criação do conhecimento. O aluno tinha que ser agente, e, não, simples paciente, recipiente.
O Método Paulo Freire de Alfabetização foi aplicado pela primeira vez em 1963, na cidade de Angicos, no sertão do Rio Grande do Norte, onde 75% dos habitantes eram analfabetos. O método não usava as tradicionais cartilhas da época.
A alfabetização acontecia através de discussões das experiências de vida dos alunos e através das palavras usadas por eles no seu dia a dia. As palavras trabalhadas eram aquelas da realidade dos alunos. Partindo da decodificação fonética dessas palavras, novas palavras eram construídas e os alunos iam sendo alfabetizados.
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