segurança alimentar significa a condição de acesso regular e permanete a fatores de alimentação de qualidade em quantidade dessa necesidade
pergunta:os principais entraves a serem superados para que boa parte da população africana desfrute segurança alimentar
Soluções para a tarefa
Desde 2009, na África Subsariana, mais de 269 milhões de pessoas estão subalimentadas e 30% da população sofre de fome”, referiu Jacques Diouf, na sua alocução de abertura do segmento ministerial da 26ª sessão da Conferência Regional da FAO para África, em Luanda (Angola).
“Esta situação exige a nossa plena e total atenção, urgentemente”, acrescentou.
Salientou, no entanto, que, apesar dos seus efeitos negativos, a recente crise económica mundial “colocou a agricultura e a segurança alimentar no cerne das políticas e programas nacionais e regionais de desenvolvimento, o que permite encarar a próxima década com um optimismo renovado”. “Esta nova ordem de prioridades deveria ser a ocasião para apoiar os pequenos produtores e fortalecer a agricultura familiar”, acrescentou.
A agricultura africana debate-se com múltiplos problemas, que vão de um acesso insuficiente à água e aos factores de produção modernos, à falta de infra-estruturas rurais. Para garantir uma produção sustentável de alimentos e a segurança alimentar, a agricultura deverá atingir taxas de crescimento significativas, durante os próximos 40 anos. Ora, o continente apresentou alguns êxitos neste campo, durante os últimos anos.
Com efeito, a África tem uma enorme quantidade de terras aráveis, de água e de mão-de-obra. Pondo em execução políticas adaptadas, poderia aumentar a sua produção agrícola, os seus rendimentos e a sua segurança alimentar, afirma Jacques Diouf. Em 2008, a África produziu 152,3 milhões de toneladas de cereais, isto é, 12% mais do que no ano anterior, e as projecções para 2009 apontam para uma produção cerealífera de 160 milhões de toneladas.
A fome e a malnutrição em África são, essencialmente, imputáveis aos subinvestimentos na agricultura, sublinhou Jacques Diouf. Só nove países africanos atribuíram pelo menos 10% do seu orçamento nacional à agricultura, de acordo com os compromissos assumidos pelos chefes de Estado e de governo reunidos na Cimeira da União Africana, em Maputo, em 2003.
No mesmo período, a parte de ajuda pública ao desenvolvimento (APD) dos países ricos concedida à agricultura dos países em desenvolvimento diminuiu, à escala mundial, de 19%, em 1980, para cerca de 5%, hoje em dia.