Sociologia, perguntado por luaar, 11 meses atrás

Segundo Lévi-Strauss, comente sobre a forma como os simbolos se relacionam e influenciam a realidade física e social

Me ajudeeem, é pro trabalho, urgenteee

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Respondido por ana23amigaslo
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Ninguém ignora o papel crucial que tem na obra de Claude Lévi-Strauss a
oposição contrastiva entre natureza e cultura: ele a utiliza em contextos tão
diversos e com finalidades tão numerosas que, para muitos, ela chegou a en-
carnar uma das características de sua maneira de pensar. Sabe-se também que
Lévi-Strauss atribui a Rousseau o mérito de ter, na prática, fundado o campo da
etnologia quando inaugurou, no Discours sur l’origine et le fondement de l’inégalité
[Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade], a reflexão sobre os
vínculos possíveis entre esses dois campos de fenômenos (Lévi-Strauss, 1973:
46-47). Isso significa que o problema da tensão entre natureza e cultura não
está apenas no cerne da antropologia estrutural, mas é o que define, aos olhos
de seu fundador, o campo estudado pela etnologia, graças ao qual ela pode
reivindicar uma autonomia entre as outras ciências humanas. Porém, o status
desse par conceptual não é fácil de captar em Lévi-Strauss: ao mesmo tempo
ferramenta de análise, cena filosófica dos primórdios e antinomia a superar,
ele é revestido pelo autor de uma pluralidade de significados, às vezes contra-
ditórios, que tornam sua utilização altamente produtiva e sua interpretação
difícil. No ensejo de esclarecer a questão, este texto se apresenta como um
exame crítico e uma homenagem. Porque só avançamos na via escolhida por
cada um de nós graças aos progressos conquistados pelas gerações anteriores
e, sob esse aspecto, ninguém duvida que o século XX, em antropologia, ficará
como o século de Lévi-Strauss, a tal ponto suas ideias, mesmo quando rejeitadas,
marcaram vigorosamente o conceito que se tem dessa ciência, de seu objeto
e de seus métodos. Minha dívida para com ele é ainda maior, por razões tanto
pessoais quanto intelectuais: entre estas, figura em primeiro lugar o estímulo
para me dedicar ao assunto deste ensaio – as relações de continuidade e de
descontinuidade entre natureza e cultura –, que logo se tornou, graças a ele,
o principal eixo de minhas reflexões e de minha atividade profissional. Mas,
para construir com segurança em bases sólidas, é preciso também sondar os
alicerces, fazer um plano, rearrumar, às vezes, sua distribuição. O texto que se
segue tem apenas esta ambição.
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