História, perguntado por kauanipadilha1912, 10 meses atrás

SEGUNDO KARNAL, A RELIGIÃO PRODUZ FATOS. UM EXEMPLO SERIA UMA PESSOA COM CÂNCER MALIGNO, USAR A FÉ DE FORMA QUE A CURE DA DOENÇA. NO FINAL DO TRATAMENTO DESCOBRE QUE NÃO ESTÁ MAIS COM A ENFERMIDADE QUE A COMETIA. LOGO, DIZ A PESSOA TER SIDO CURADA POR DEUS DEVIDO SUA FÉ. 1- DIANTE DESTA AFIRMATIVA, EXEMPLIFIQUE OUTRAS SITUAÇÕES QUE POSSAM PRODUZIR FATOS, ATRAVÉS DA RELIGIÃO. 2- A CIÊNCIA BUSCA AFIRMAR FATOS EXATOS E, NÃO ATRAVÉS DE FATOS NARRADOS OU MITOS. COMO A CIÊNCIA PODERIA INTERFERIR NA FÉ DE UM PACIENTE ENFERMO? 3- MUITAS GUERRAS OCORRERAM E, AINDA OCORREM DEVIDO AO FENÔMENO RELIGIOSO DE DETERMINADAS RELIGIÕES, UM EXEMPLO SÃO OS XIITAS E OS SUNITAS, NOS EMIRADOS ÁRABES. POR QUE ESTES FENÔMENOS SÃO IMPORTANTES E DETERMINANTES PARA ALGUMAS RELIGIÕES? JUSTIFIQUE SUA
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Soluções para a tarefa

Respondido por meliodassafadao
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Resposta:

Leandro Karnal, 54, é um daqueles fenômenos pop que surpreendem pela quase onipresença em eventos e pela abordagem de diversos temas. Suas palestras país afora tanto podem versar sobre a relação entre a servidão voluntária, preconizada pelo filósofo francês Étienne de La Boétie, e a submissão contemporânea às redes sociais, quanto sobre os princípios para ter uma vida bem-sucedida, a partir da otimização e da organização do tempo. Um dos palestrantes mais solicitados e bem pagos do país, Karnal é sobretudo um historiador, especialista em história da América, e professor da Universidade Estadual de Campinas. Nascido em São Leopoldo, cidade do interior do Rio Grande do Sul, ele é autor de sete livros e coloca no mercado, neste final de ano, mais uma produção – em parceria com o também historiador Luiz Estevam de O. Fernandes –, o livro Santos fortes: Raízes do Sagrado no Brasil (Editora Rocco). Não se trata de sua primeira incursão pelo universo da religiosidade. Pela Contexto, lançou As Religiões que o Mundo Esqueceu, além de Teatro da Fé – representação religiosa no Brasil e no México do século XVI (Editora Hucitec) e Pecar e Perdoar: Deus e Homem na História, editado pela Nova Fronteira. Nesta entrevista (feita via e-mail), Karnal fala sobre o novo livro e a fé dos brasileiros.

O senhor acaba de lançar o livro Santos Fortes (Editora Rocco, 2017), que foi escrito em parceria com o professor Luiz Estevam de O. Fernandes – doutor em história e em cultura. Em sua opinião, o que a vida e o sofrimento dos santos brasileiros têm a ensinar para todos nós, pecadores?

Santos também são pecadores. Alguns eram mesmo infratores antes de entrarem para a vida religiosa, como Agostinho ou Inácio. Outros, como Teresa de Ávila, tinham gênio difícil mesmo já sendo santos. A vida de um santo é um pouco da maneira de o humano lidar com o divino, com seus limites e seus temores. Os santos são perfectíveis e não perfeitos enquanto estão na Terra. Arcanjos podem decair, como Lúcifer. Os pecadores todos, toda a humanidade, todos os seres, possuem, na tradição religiosa, o chamamento constante à perfeição. Os santos, em meio ao lodo da existência, ouviram o chamamento e andaram.

Os brasileiros costumam apelar ao auxílio dos santos diante de toda e qualquer dificuldade cotidiana, seja uma espinhela caída ou um problema financeiro. De que modo o culto religioso influencia o nosso modo de ser e de viver?

Os santos oferecem identidade e mostram muito da nossa concepção de intimidade, sociabilidade e intercessão. Afogar Santo Antônio ou dar três pulinhos a São Longuinho, por exemplo, são processos que explicam a nossa relação com o poder e com o corpo. A tradição católica gosta da intermediação que a protestante rejeita. A maneira de recorrer a Deus e aos santos mostra nossa maneira de ver o poder e nossa relação com a graça.

Mas, por conta disso, não acabamos por deixar decisões que deveriam ser nossas nas mãos do divino? Em que medida a fé absoluta nos santos mais atrapalha que ajuda?

Em si, a fé absoluta não existe, porque em se tratando de seres humanos, a palavra absoluta fica excluída por definição. Agora, a fé cega, a fé fundamentalista, aquela fé que é incapaz de dialogar com a alteridade e a diversidade é um terrível mal religioso e social. É uma doença psíquica que busca na religião um amparo para o seu problema.

Este seria o caso, por exemplo, dos fanáticos religiosos capazes de dar a vida em nome da fé?

A verdade é que o religioso fanático tem mais fé em si do que em Deus ou mesmo em valores religiosos, pois é incapaz de olhar muito além de si. A fé fundamentalista é um risco para as religiões, principalmente. Como dizem, o diabo ganhou mais inventando o fanatismo do que o ateísmo.

Há uma santidade conquistada com muita dor, mas há também santos que repousam na leveza, a exemplo de Santa Teresinha e de São Francisco de Assis. Como essas histórias e imagens foram transmitidas através dos séculos?

São imagens construídas. Teresinha de Lisieux sofria de constante “secura” espiritual, ou seja, encontrava pouco consolo na oração. Francisco de Assis passou por várias “noites da alma”. Porém, sem dúvida, há biografias mais poéticas e outras mais dramáticas.

E muitas biografias que são, na verdade, forjadas por humanos...

Sim. Se São Bernardo tivesse saltado alguns séculos e pregado para a quase tuberculosa Santa Teresinha, ela certamente teria se encolhido de medo e pavor. A multiplicidade de personalidades e conjunturas históricas constitui uma das riquezas da santidade: oferecem modelos a todos os padrões dos fiéis.

Uma novela como Roque Santeiro, de Dias Gomes, nos mostra os bastidores da construção de um santo. Quanto há de real nessas histórias? De que modo somos vítimas de fábulas de santidade.

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