Segundo hilario franco o que é estrutura ?
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Resposta:
Ao falarmos em estruturas mentais, incorremos em um campo de
estudos relativamente novo na reconstrução da história, abrindo novas
possibilidades para a chamada historloqrafia, Podemos afirmar que o
estudo das mentalidades começou a se popularizar com a chamada Escola
dos Annales, tendo sua disseminação no Brasil ao longo dos anos 80 e
atingindo seu momento de êxito na atual década de 1990. Tal corrente
historiográfica obteve como conseqüência a transformação de obras
históricas em campeões de vendagem na Europa e América, popularizando
assim temas variados da ciência histórica,
O campo das mentalidades nos sugere na verdade o estudo de
uma psico-história, pois, de fato, trabalha-se com imagens, sonhos,
visões, crenças, mitos etc., recorrendo-se a simbologias que se tornam
corriqueiras e "verdadeiras", "imprescindíveis" para um determinado grupo
social. Tal "necessidade" simbólica é a concretização de crenças que são
aceitas de forma quase unânime pelo inconsciente coletivo de uma
sociedade.
No caso específico do período feudal europeu, o historiador encontra
um excelente campo de pesquisa no que tange ao estudo das
mentalidades, pois tal período é marcado profundamente por suas raízes
religiosas, como o poder hegemônico da Igreja católica, a formação das
heresias, a Santa Inquisição, os símbolos cristãos (a cruz, os mosteiros, alíngua latina, as imagens religiosas de santos, santas e da Virgem etc.), os
símbolos pagãos (amuletos, tarôs, pedras energéticas etc.).
Também observamos como elementos essenciais na mentalidade
deste período a formação e divinização de locais empíricos como palácios e
catedrais góticas (com sua arquitetura repleta de representações religiosas
como as torres altas, "tocando" nos céus; os vitrais, deixando penetrar a "luz
de Deus" no interior da igreja; os gárgulas junto às torres, simbolizando a
não-penetração do demônio a das forças maléficas dentro dos templos
sagrados etc.).
Ao mesmo tempo, o simbolismo religioso do medievo tratou de
construir e popularizar, ao longo dos séculos, locais não-empíricos, como o
céu, o inferno e o purgatório, além de divinizar a chamada
"transubstanciação" (transformação do pão e vinho em corpo e sangue de
Cristo) e mitificar as chamadas relíquias religiosas (peças de roupas, unhas,
cabelos e objetos que pertenceram a santos).
Todos os fatos e acontecimentos, sejam de natureza econômica,
política ou bélica, estavam permeados pelo aspecto religioso, de forma que
as explicações e acontecimentos possuíam forte carga mística e mágica.
Observamos como exemplos a chamada peste negra, que dizimou mais de
um terço da população européia durante a Baixa Idade Média, atribuída
como "castigo de Deus" a todos aqueles que se desviaram dos rígidos
dogmas católicos; a crença no poder mágico dos reis, cujas visitas nos
campos de produção eram muito festejadas, pois acreditava-se que o
poder real fertilizaria as terras, bem como o ato de camponeses enterrarem
hóstias consagradas junto às plantações, pela mesma crença em
futuras boas colheitas; ou o medo das pessoas com relação aos demônios
e bruxas, e o apego aos anjos, santos, relíquias sagradas e imagens
sacras.
Para Hilário Franco Júnlor", a história das mentalidades situa-se no
ponto de junção do individual e do coletivo, do longo tempo e do quotidiano,
do inconsciente e do intencional, do conjuntural e do estrutural, do marginal
e do geral.
Literalmente, a comunicação entre os mundos humano e divino
estava sempre "aberta" através de crenças e desejos dos homens daqueles
tempos, em que as pessoas concretizavam visões de anjos, demônios, da
Virgem, dos santos etc. A documentação desse período demonstra-nos
estes canais de ligação entre os "mundos".
Quanto ao imaginário dos tempos medievais em relação à mulher,
observamos várias estratificações. Com relação ao casamento, tal
instituição garantia a estabilidade das relações determinadas pelo sexo
masculino. A mulher era vista pelos religiosos como "inferior" ao "sexo viril",
pois este, o homem, fora criado à imagem e semelhança de Deus