Segundo dados do IBGE, a desigualdade de rendimento entre homens e mulheres no caso brasileiro éresultado, em grande medida, de uma inserção, no mercado de trabalho, diferenciada por sexo, com uma maiorpresença feminina em ocupações precárias, de baixa qualificação, pouco formalizadas e predominantementeno setor de serviços como, por exemplo, o trabalho doméstico. Além da desigualdade de gênero, verificam-seainda discriminações associadas à raça.Incorporar as dimensões de gênero e raça à análise do mercado de trabalho implica assumir que a posiçãodas mulheres e dos negros é desigual em relação aos homens e aos brancos e que questões como emprego edesemprego, trabalho precário e remuneração, entre outras, manifestam-se e são vividas de forma desigualentre esses trabalhadores e trabalhadoras.Considerando a relação entre patriarcado, racismo e capitalismo, na perspectiva da sociedade brasileira, e osprincípios fundamentais do Código de Ética das/dos Assistentes Sociais (1993), avalie as afirmações a seguir.I. A relação capital/trabalho, como manifestação histórica concreta, mostra-se neutra em relação aogênero/sexo e à raça.II. A formação do capitalismo no Brasil induziu a sociedade brasileira à superação do patriarcado edo racismo.III. Nas sociedades capitalistas, a preservação das relações desiguais de gênero e raça no mundo dotrabalho constitui mecanismo orgânico-estrutural da dominação multifacetada do capital.IV. A exploração, a dominação e a opressão de gênero/sexo e raça expressam-se como relaçõesdesiguais, hierarquizadas e contraditórias, sustentadas historicamente na divisão sexual e étnicoracial do trabalho.V. A mulher brasileira contemporânea é uma trabalhadora assalariada, insere-se em novos espaços detrabalho profissional, compartilha o sustento da família e, além disso, permanece como a principalresponsável pelas atividades domésticas.É correto apenas o que se afirma emA I, II e III.B I, II e IV.C I, IV e V.D II, III e V.E III, IV e V
#ENADE
Soluções para a tarefa
I. A relação capital/trabalho, como manifestação histórica concreta, mostra-se neutra em relação ao gênero/sexo e à raça.
Falso. Quando analisada de uma perspectiva crítica, a relação capital-trabalho não pode escapar do horizonte de análise do gênero/sexo e raça, já que mulheres e negros, por exemplo, são historicamente oprimidos, de acordo com a perspectiva adotada pelo pensamento hegemônico do Serviço Social.
II. A formação do capitalismo no Brasil induziu a sociedade brasileira à superação do patriarcado e do racismo.
Falso. O serviço social parte de principios teóricos que negam a superação do racismo e do patriarcado na sociedade brasileira, entendendo que estes são elementos que ainda precisam ser combatidos.
III. Nas sociedades capitalistas, a preservação das relações desiguais de gênero e raça no mundo do trabalho constitui mecanismo orgânico-estrutural da dominação multifacetada do capital.
Correto. A perspectiva do serviço social adota esta visão como correta, entendendo que o capitalismo tem de ser destruído para que haja uma melhoria social.
IV. A exploração, a dominação e a opressão de gênero/sexo e raça expressam-se como relações desiguais, hierarquizadas e contraditórias, sustentadas historicamente na divisão sexual e étnico racial do trabalho.
Correto. A história demonstra, do ponto de vista dos profissionais do serviço social que aderem à ideologia dominante, que as relações sociais são sempre hierarquizadas.
V. A mulher brasileira contemporânea é uma trabalhadora assalariada, insere-se em novos espaços de trabalho profissional, compartilha o sustento da família e, além disso, permanece como a principal responsável pelas atividades domésticas.
Correto. O papel da mulher tem se desenvolvido cada vez mais no mercado de trabalho. Ela, no entanto, ainda tem de enfrentar o turno duplo, tendo que cumprir a maior parte do trabalho doméstico.
Resposta, portanto:
E. III, IV e V
Resposta:
E. III, IV e V
Explicação: