REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A Revolução Industrial marcou um novo período na história do mundo. Ela é
considerada como a transição da economia agrária para a economia industrial, significando uma
profunda alteração na vida do trabalho, bem como da população mundial.
A indústria artesanal era abastecida de matéria prima básica pelos excedentes
produzidos pela agricultura e isto propiciou, aos poucos, o ressurgimento do comércio e o
avanço da pecuária e das indústrias têxtil e de construção. O Feudalismo definhava enquanto
modo de produção e, em consequência, provocava condições para a diversificação nas
atividades de trabalho.
O impacto do comércio provocou o declínio do Feudalismo e atuou como força
externa desenvolvendo-se fora do sistema. Segundo SWEEZY (1977), a superexploração da
força de trabalho é que levou o regime feudal ao colapso, pois os servos desertaram em massa
das propriedades senhoriais para as cidades, em busca de trabalho livre, gerando escassez de
mão-de-obra no campo.
Tivemos nos séculos XI e XII a “revolução técnica”, a qual veio a estabilizar-se no
século XV. Segundo GILLE (1981), “passamos do reino da ferramenta para o reino da
máquina”. Nessa época, começa-se a ocorrer de forma gradativa, uma evolução tecnológica do
trabalho, da instrumentação rumo à mecanização. Na verdade, aconteceu o desenvolvimento do
maquinismo, dando origem à “revolução técnica”, que culminou na expansão do moinho, no
aperfeiçoamento do torno, ao aparecimento da roda d’água e das prensas e parafusos, ou seja,
em todo o automatismo mecânico que se desencadeou gradativamente e começou a substituir o
homem pela máquina, iniciando assim o declínio do homem operacional.
Tal como o capitalismo no século XVI reclamou novas fontes de energia, a nova
relação do homem com a instrumentação, lançou raízes durante a revolução industrial. A
máquina a vapor, por exemplo, é mais um efeito desta sede de energia do que uma causa da
Revolução Industrial.
Antes do que se convencionou chamar de Revolução Industrial, apareceu a
ideologia da organização industrial, da instrumentalização e da organização capitalista da
economia. A paixão capitalista em prol de uma ordem repetitiva minou o equilíbrio qualitativo
entre o operário e a sua débil instrumentalização e a ruptura advinda naturalmente, condicionou
a grande transformação em que o trabalho se traduzia em emprego e a ocupação em mão de obra, surgindo assim a Modernidade.
ATIVIDADE DE SOCIOLOGIA
1) A partir do texto “Revolução Industrial”, Elabore 5 questões com pergunta e resposta.
Soluções para a tarefa
Resposta:
1. O que foi a Revolução Industrial? Quando e onde aconteceu?
A Revolução Industrial foi uma transformação radical no processo produtivo — na forma como o homem produzia os meios necessários para a sua subsistência e para a sua comercialização.
Ela implicou na substituição da energia física (humana ou animal) pela produção de energia mecânica (realizada pelas máquinas). Em outras palavras, o homem parou de produzir mercadorias a mão e passou a trabalhar dentro de fábricas.
A Primeira Revolução Industrial aconteceu entre 1760 e 1860, sendo implantada primeiramente na Inglaterra.
2. Antes da indústria, como o homem produzia aquilo que era necessário para a sua sobrevivência e comércio?
No começo de tudo o homem produzia por meio do artesanato. Era uma produção manual, realizada quase sempre em domicílio e com a ajuda da família. Nesse formato, o artesão realizava todas as fases do processo produtivo e, desta forma, não havia divisão social do trabalho — nem trabalho especializado.
Tudo sempre passava pelas mãos do artesão, mesmo porque era ele o dono da matéria-prima, das ferramentas e da oficina.
Depois, tivemos a fase de transição, conhecida como manufatura. Nela, a produção ainda era feita manualmente, porém com a divisão social do trabalho. Nesse formato, o artesão realizava apenas determinada etapa do processo produtivo.
Como ele não fazia mais o produto por inteiro, a sua remuneração passou a ser um salário — e não mais a venda da peça. Desta forma, ele tornou-se contratado pelo comerciante.
Até que chegamos à maquinofatura, com o surgimento das indústrias e o aparecimento das máquinas. Nessa fase, o trabalho passa a ser feito dentro de uma fábrica sob a supervisão de um burguês (dono dos meios de produção).
Esse burguês promove a separação entre capital e trabalho. Isso significa que o artesão, sem conseguir competir com o preço imposto pela indústria, vende seus meios de produção, suas ferramentas, suas oficinas, até vender a sua mão de obra. O trabalho se transforma numa mercadoria e a sua especialização é ainda mais acentuada.
3. Quais foram os fatores que levaram a Inglaterra a ser a pioneira nessa revolução?
1º fator: a Inglaterra conseguiu realizar a “Acumulação Primitiva de Capitais”, portanto tinha capitais disponíveis para investir. Essa acumulação foi feita por meio da sua expansão marítima, colonização e exploração de territórios, pelo Tratado de Panos e Vinhos e outros.
2º fator: disponibilidade de matérias-primas. Os ingleses possuíam muito ferro que serviu para fazer máquinas resistentes, tinham carvão mineral e algodão em suas colônias.
3º fator: a Inglaterra possuía mão de obra barata e abundante, já que os artesãos passaram por uma crise e não conseguiram concorrer com os preços estabelecidos pela indústria. Outro fator que sustentava a mão de obra barata era a política de “cercamento” que provocou o êxodo rural.
4º fator: supremacia naval. A Inglaterra era reconhecida como uma potência naval no mundo. Com o domínio dos mares, ela tinha acesso não só a outros mercados consumidores, como também a novas fontes de matéria-prima.
5º fator: a burguesia. A Inglaterra já possuía uma burguesia economicamente poderosa e politicamente hegemônica. Isso se consolida a partir da Revolução Gloriosa de 1688.
6º fator: por último, a questão cultural e religiosa da ética protestante. Um conceito de salvação está associado à acumulação de riquezas e ao amor pelo trabalho.
4. Quais são as principais características da Revolução Industrial?
O primeiro setor a aceitar o uso das máquinas foi o setor têxtil;
A Inglaterra tinha suas matérias-primas em seu território e colônias. Eram elas: ferro, carvão mineral e algodão;
A energia utilizada é a vapor – ela proporcionava ganho de potência e produtividade;
Com a Revolução Industrial rolou o desenvolvimento dos transportes e meios de comunicação.
E por fim o mercantilismo (capitalismo comercial) foi substituído pelo capitalismo industrial – se antes o lucro era obtido a partir da circulação das mercadorias, agora o lucro é obtido através da produção das mercadorias e de sua comercialização.
5. Quais as consequências da Revolução Industrial?
Como consequência temos a substituição de uma sociedade majoritariamente rural e aristocrática (na qual o poder estava relacionado à propriedade de terras) por uma sociedade urbana burguesa.
Temos também a formação de uma nova classe social: o proletariado, também conhecido como classe operária. Eles são os trabalhadores que sobrevivem com a venda da força de trabalho.
Outra consequência foi o “capitalismo selvagem” com a intensa exploração dos trabalhadores por meio das longas jornadas de trabalho (que chegaram até 20 horas), os salários miseráveis, a exploração de mão de obra infantil e feminina.
Além desses fatos, foi desencadeado uma urbanização desorganizada onde sofremos com isso até os dias de hoje, pois as cidades receberam mais pessoas do que imaginavam e as cidades urbanas não conseguiram acompanhar esse crescimento.