reumo do texto felicidade clandestina clarice Lispector
Soluções para a tarefa
A história se passa no Recife, cidade onde viveu Clarice durante a infância.
A narradora vivia pedindo emprestado para a menina os livros que ela não lia, mas a garota recusava-se veementemente a emprestar .
A situação se repetia todos os dias até atingir o ápice da crueldade, quando a narradora descobriu que a filha do livreiro tinha o tão desejado exemplar As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.
A menina prometeu ceder o livro, mas todas as vezes que a narradora ia a sua casa ouvia que o exemplar estava emprestado para outra pessoa. Foram dias a fio vivendo essa rotina torturante, até que a mãe da menina percebeu o que estava se passando.
Muito surpresa com a situação, a mãe disse que o livro nunca saíra daquela casa e que a filha nem sequer o leu. Decepcionada com os requintes de crueldade da menina, fez questão de emprestar o livro e dizer que a jovem poderia ficar com ele o tempo que desejasse.
A alegria total e absoluta reinou quando finalmente a garota pode ter acesso As reinações de Narizinho:
Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.
Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.
Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.