RESUMO: o processo de urbanização das Cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro
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Resposta:
Na metrópole de São Paulo, o que aparece aos olhos do observador como diferenciações gritantes no plano da paisagem revela, na realidade, os espaços-tempos da contradição entre os espaços integrados à economia global e as imensas periferias subordinadas e em fase de desintegração. Isso significa, portanto, que é necessário pensar o processo de urbanização em seus conteúdos mais profundos, o que é muito diferente de associá-lo ao simples comportamento populacional. Pensar os processos que são constitutivos da urbanização, para além da ideia de um crescimento populacional, sem, todavia, desconsiderá-lo, envolve, em primeiro lugar, localizar esse crescimento, que no caso brasileiro se dá principalmente nas periferias metropolitanas, num ritmo muito maior do que nos países do centro do capitalismo. No Rio de Janeiro e em São Paulo – que são as duas metrópoles brasileiras mais importantes –, podemos afirmar que, do ponto de vista da morfologia, o processo de urbanização se realiza, efetivamente, com a expansão da mancha urbana pela integração de áreas rurais.
A cidade do Rio de Janeiro tinha cerca de 700 mil habitantes em 1904. Desde o início do século 19, manteve-se como a maior cidade do país. Uma reformulação do Rio de Janeiro foi concebida para tornar a cidade semelhante às metrópoles européias e agradável para sua elite. Abrir largas avenidas, erradicar as doenças, derrubar os cortiços e sobretudo empurrar para longe a massa pobre, negra e mestiça eram os desejos da população elegante do município.
Durante o governo de Rodrigues Alves , cortiços foram derrubados, dando lugar a belas praças, charmosos jardins, largas avenidas e vistosos palacetes. O Rio iria tornar-se a «cidade maravilhosa». O preço dos aluguéis subiu, e a população mais pobre foi removida do centro para áreas mais distantes. Em 9 de novembro de 1904, o governo decretou a obrigatoriedade da vacinação contra a varíola.
O governo perdeu o controle da capital, só retomado com a repressão do Exército, da Marinha e da Guarda Nacional. Para a maior parte da população, vítima de seu alheamento das decisões políticas, de uma modernização autoritária que desalojava os moradores e expulsava-os das regiões centrais, de um poder público que agravava cada vez mais suas condições de vida e não lhes oferecia nenhum tipo de assistência, a vacinação representava uma espécie de violação de seus próprios corpos. Muitos pensavam que se tratava de uma política de extermínio da população pobre.