Resumo do livro Helena de Machado de Assis
Soluções para a tarefa
A história contada por Machado de Assis tem como cenário o tradicional bairro do Andaraí, localizado no Rio de Janeiro.
Narrado em terceira pessoa por um narrador onisciente, o romance machadiano ambientado durante o século XIX narra as surpresas e desgraças um amor proibido.
O capítulo I se inicia com a morte do Conselheiro Vale, um homem rico, viúvo, de cinquenta e quatro anos, que falece naturalmente.
O Conselheiro Vale morreu às 7 horas da noite de 25 de abril de 1859. Morreu de apoplexia fulminante, pouco depois de cochilar a sesta, — segundo costumava dizer, — e quando se preparava a ir jogar a usual partida de voltarete
O senhor que abandona a história já na primeira página do livro por morte instantânea deixa um único filho, Dr. Estácio, e uma irmã solteira, de cerca de cinquenta e poucos anos, chamada D. Úrsula, que dirigia a casa desde o falecimento da cunhada.
Tratava-se de um sujeito muito popular na região, o Conselheiro ocupava elevado lugar na sociedade e vinha de uma família tradicional. Seu velório reuniu um público composto das mais diversas classes sociais, foram cerca de duzentas pessoas acenar um último adeus ao falecido.
Dr.Camargo, médico e amigo de longa data, encontrou um testamento e abriu na manhã seguinte ao falecimento, na companhia dos outros dois testamenteiros, Estácio e padre Melchior.
Foi o médico o primeiro a ler o testamento e a constatar: "Sabem o que estará aqui dentro? Talvez uma lacuna ou um grande excesso". Sem saber o que dizer à família do falecido, o amigo reflete sobre o assunto e no dia seguinte promete retornar com mais conclusões. Provocar o suspense foi a maneira encontrada pelo médico de preparar os espíritos para a notícia inesperada.No dia seguinte, Dr.Camargo retorna, abre o testamento com toda a formalidade legal exigida, e comunica que o documento continha uma peça inesperada: a menina Helena.
Para a surpresa de todos, o Conselheiro Vale reconhecia no testamento a existência de uma filha natural, chamada Helena, de dezessete anos, que havia tido com D. Ângela da Soledade.
A jovem estaria em um internato em Botafogo e, segundo as instruções do morto, deveria ir viver com a família sendo legítima herdeira da sua fortuna, assim como o filho Estácio. O Conselheiro ainda pedia que a menina fosse tratada com desvelo e carinho, como se de seu matrimônio fosse.
Estácio e Úrsula jamais haviam ouvido falar em Helena. A primeira reação de Úrsula foi rejeitar completamente a sobrinha, aceitando apenas entregar-lhe parte da herança, mas jamais recebendo-a em casa. A tia, mesmo antes de conhecer a jovem, já a considerava uma intrusa, uma menina qualquer que não deveria ter direito ao amor dos parentes.
Estácio, por sua vez, aceitou de pronto a decisão do pai ("Receberei essa irmã, como se fora criada comigo. Minha mãe faria com certeza a mesma coisa"). A falecida mãe do jovem era conhecida por sua generosidade e capacidade de perdão, de modo que o filho teria herdado características semelhantes as da genitora.
O filho demonstra a mesma disposição ao dizer ao amigo do pai, durante a abertura do testamente, que "essa menina deve achar nesta casa família e afetos de família".
Apesar de não ter conhecido a mãe da nova irmã, D. Ângela da Soledade, Estácio não se preocupou com o futuro: "Quanto à camada social a que pertencia a mãe de Helena, não se preocupou muito com isso, certo de que eles saberiam levantar a filha até à classe a que ela ia subir". Vale lembrar que na época descrita por Machado de Assis o berço era elemento essencial para se perceber o lugar do sujeito na sociedade.Helena era descrita fisicamente como uma moça delgada, magra e elegante, apesar de possuir atitudes modestas. As feições da moça são altamente idealizadas pelo narrador, confira abaixo o pormenor da descrição dos traços de Helena: